Número de pessoas sem aulas diminuiu em 1,1 milhão comparação com julho; instituto destaca disparidades entre regiões e faixas de renda
As dificuldades em ofertar ensino presencial ou remoto fizeram com que 7,6 milhões de estudantes não tivessem nenhuma atividade escolar em agosto. Os dados são da Pnad Covid, divulgada nesta quarta pelo IBGE. O número de pessoas sem aulas diminuiu em 1,1 milhão em comparação com julho, primeiro mês que a pesquisa trouxe a informação sobre educação. Naquela ocasião, 8,7 milhões estavam sem aula. No entanto, ainda contemplam parcela relevante dos alunos de 6 até 29 anos.
Ao todo, 16,1% dos estudantes não tiveram aula no mês, excluindo aqueles que estavam de férias no período. Isso significa que de cada cem alunos, 16 estão sem nenhuma atividade escolar.
A retomada do calendário escolar tem sido um desafio para parcela da rede pública. Especialistas apontam o risco de evasão e de déficit de aprendizado para os estudantes que sofrem com a falta de aulas nesse período. Nos últimos meses, estados e municípios tem enfrentado dificuldades para lidar com as demandas criadas com a crise da Covid-19.
A ausência de atividades escolares foi mais elevada no Ensino Superior, com 21,3% dos estudantes sem aulas. No Ensino Médio e no Fundamental, o percentual foi de 18,6% e 14,4%, respectivamente.
Os dados mostram profundas desigualdades regionais. No Norte, 38,6% dos estudantes estavam sem acesso às atividades escolares durante a pandemia. No Sul, apenas 6,4% estavam a mesma situação, enquanto no Sudeste o percentual era de 10,3%.
Além disso, os números indicam uma disparidade por renda. Quanto menor a renda da família, maior o percentual de estudantes que não tiveram atividades escolares durante a pandemia. Ou seja, são os mais pobres aqueles que sofrem mais hoje com a falta de atividades escolares.
Entre as pessoas que viviam em domicílios com rendimento per capita de até meio salário mínimo, 21,5% não tiveram atividades escolares. Já entre os domicílios com rendimento domiciliar per capita de quatro ou mais salários mínimos, o percentual foi de 7,9%.
Em todo o país, segundo o IBGE, 36,8 milhões de pessoas de 6 a 29 anos de idade frequentaram escola ou universidade em agosto, seja de modo remoto ou presencial. Isso equivale a 80% daqueles que declararam cursar algum tipo de atividade educacional.
Fonte: O Globo