Documento traz sugestões de organização geral das escolas para atividades de ensino presenciais e recomendações gerais para o deslocamento de alunos e trabalhadores
A pandemia do novo coronavírus pode levar a novas suspensões das aulas presenciais após o retorno dos estudantes às salas de aula, alertou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em manual sobre medidas de segurança necessárias para a retomada do ano letivo.
O documento Manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da covid-19 foi divulgado na sexta-feira, 24, pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), com sugestões de normas e diretrizes para a retomada das aulas.
“O momento de reabertura das escolas deve ser orientado por análises epidemiológicas que indiquem redução contínua de novos casos de covid-19 e redução da transmissão comunitária da doença. Ao mesmo tempo em que fazemos estas afirmações, ressaltamos as condições atípicas em que tem se dado a flexibilização do isolamento social, bem como a precariedade do monitoramento da situação epidemiológica da covid-19 em alguns territórios”, diz o manual.
“O fortalecimento desse monitoramento será fundamental, sobretudo, para antecipar possíveis surtos da doença. Todo esse cenário nos leva a considerar que é possível que tenhamos que conciliar o retorno das atividades com novas suspensões, que serão indicadas pelas autoridades educacionais, sanitárias e governamentais. Essa alternância entre isolamento social e retorno às atividades poderá vigorar por algum tempo até o alcance da imunidade coletiva”, ressalta.
O documento traz informações sobre a covid-19, sugestões de organização geral das escolas para atividades de ensino presenciais, recomendações gerais para o deslocamento de alunos e trabalhadores, e sugestões para assegurar a saúde do trabalhador.
“Planos de reabertura que não correspondam a um cenário epidemiológico de redução sustentada da transmissão da covid-19 e que não tenham a proteção aos trabalhadores e estudantes como aspecto central, exigirão das escolas esforços incompatíveis com a sua estrutura e a sua missão, podendo colocar em risco toda a comunidade escolar”, alerta o manual.
Os autores lembram que a suspensão das aulas presenciais ocorreu em mais de 190 países, afetando 1,57 bilhão de crianças e jovens, o equivalente a 90% da população estudantil de todo o mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
“De acordo com essa instituição, um pequeno número de países está reabrindo as escolas progressivamente, mas a maioria dos países ainda está na fase de discutir e preparar estratégias de volta às aulas”, pondera o manual.
Leia na íntegra: Estadão