Batizado de “Virgínias da Ciência”, projeto deve difundir ciência, diminuir desigualdade de gênero e aumentar comunicação com a sociedade através de encontros semanais; objetivo é também incentivar meninas a seguirem carreira científica
O podcast Virgínias da Ciência, que está no ar nesta sexta-feira, 10 de julho, deve aproximar o mundo científico da sociedade em geral, mostrando o protagonismo feminino. O canal, ao lado do site, integra o projeto idealizado por quatro pesquisadoras que tem como objetivo dar voz ao trabalho feminino na ciência, contribuindo assim para sua difusão e igualdade de gênero.
As Virgínias, como se autodenominam, são Rita Tostes, Vânia Bonato, Alline Campos e Katiuchia Sales, todas professoras da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Rita é professora do Departamento de Farmacologia e cientista na área que estuda disfunção vascular em pessoas hipertensas, diabéticas e obesas. Já Vânia é do Departamento de Bioquímica e Imunologia e cientista na área de inflamação pulmonar. A cientista Alline Campos também é docente do Departamento de Farmacologia, como Rita, e estuda a neuroplasticidade. Katiuchia Sales, cientista na área de biologia tecidual e genética e professora do Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, fecha o time das Virgínias.
O substantivo próprio “Virgínia” foi inspirado em uma das escritoras mais importantes do século 20, Virgínia Woolf, pioneira em escrever sobre o apartheid de gênero. E é sob esse teto (ou quarto, como pensou a famosa escritora) que as cientistas realizarão encontros semanais, todas às sextas-feiras, entrevistando pesquisadoras das mais diversas áreas da ciência. As Virgínias querem que o canal seja o “espaço para a divulgação dos trabalhos, da voz e das histórias de mulheres cientistas, mães, filhas, cidadãs… mulheres livres que mudam o mundo, para melhor, todos os dias!”
Para a estreia, a primeira de uma série que traz cientistas envolvidas em pesquisas sobre a covid-19, a entrevistada é a professora Vânia, integrante do canal, falando sobre os projetos de pesquisas de seu grupo e sua contribuição científica para o controle da pandemia do novo coronavírus.
Vânia conta que esse projeto para estudar a covid-19 foi aprovado pela Fapesp recentemente, em abril. Diz que, por ser “uma doença cuja a gravidade está associada a comorbidades”, esse projeto se encaixou perfeitamente “nos interesses de nosso grupo de pesquisa que é estudar inflamação pulmonar e comorbidades”. O que pretendem, adianta ela, é identificar moléculas que mostrem a diferença entre a covid-19 branda e sua forma grave.
Além de falarem sobre seus temas de pesquisa, como é o caso da série sobre a covid-19, os episódios tratarão ainda da trajetória de cada pesquisadora, do estímulo da ciência entre jovens mulheres e também do balanço da vida profissional e pessoal destas mulheres de sucesso acadêmico.
Leia na íntegra: Jornal da USP