Conselho aprovou retomada não presencial das atividades na UFSC; sessão será retomada na segunda-feira (20) às 9 horas
A reunião do Conselho Universitário realizada nesta sexta-feira (17) para definir a retomada do ensino remoto na UFSC durou quase oito horas sem que os conselheiros conseguissem apreciar nem um terço das propostas previstas na resolução que vai regulamentar as atividades remotas. De um total de 92 itens, apenas 26 foram à votação. A sessão será retomada na segunda, às 9h.
Pela manhã, o CUn aprovou a retomada não presencial das atividades pedagógicas em Calendário Suplementar Excepcional, referente ao primeiro semestre de 2020.
Algumas decisões geraram polêmica e foram alvo de críticas de representantes do DCE e de alguns professores. Eles defendiam, por exemplo, que não houvesse avaliação em atividades síncronas (ao vivo) . Isso, no entanto, não foi aprovado. Propuseram, ainda, que não fosse cobrada frequência, o que também não passou.
As atividades síncronas não deverão ser realizadas fora do horário estabelecido na grade horária. No entanto, a normativa admitirá a utilização de um horário diferente do apresentado na grade horária, desde que haja a anuência de todos os alunos matriculados e/ou seus responsáveis (no caso da Educação Básica).
A obrigatoriedade da gravação de aulas e disponibilização do conteúdo posteriormente também não foi aprovada, no entanto, não foi proibida. Os colegiados, departamentos e os próprios professores, se quiserem, poderão disponibilizar as aulas em vídeo.
“Existe um desconforto da comunidade estudantil, que assiste horrorizada à aprovação dessas propostas que não contemplam as necessidades dos estudantes”, disse o diretor geral do DCE, Marco Antonio Pinheiro Machado.
Oito horas de reunião
Problemas técnicos e o debate de pontos polêmicos atrasaram as votações. Foram mais de três horas até que os conselheiros começassem a votar o texto da minuta. A manhã foi tomada pela leitura de manifestos e pela discussão em torno da metodologia para votação das propostas. O impasse sobre a metodologia foi resolvido com a votação da matéria, com 87% dos votos a favor da metodologia proposta pela comissão e 13% contra. Também foi aprovada em votação a não apresentação de novos destaques àqueles já apresentados.
O relator da comissão, professor Carlos Alberto Brunetta, explicou que o texto original das propostas foi elaborado pelos subcomitês que compõem o Comitê de Combate à Pandemia da Covid-19 e que professores, estudantes e técnicos-administrativos tiveram uma semana para sugerir destaques. O trabalho da comissão foi sistematizar esses destaques e apresentar uma proposta de metodologia de votação.
Manifestos contrários ao ensino remoto
Logo no início da sessão extraordinária do CUn foram lidos quatro manifestos contrários à retomada das atividades por meio do ensino remoto: do curso de licenciatura em Pedagogia, da Associação de Pós-Graduandos da UFSC (APG), dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e da Frente para a Educação na Universidade.
No Manisfesto da Pedagogia, os docentes afirmam que embora haja uma “pressão” pela volta através do ensino remoto, esta modalidade não atende ao curso de licenciatura em Pedagogia, que tem o seu projeto político pedagógico alicerçado no ensino presencial.
Também foi lida a Carta Aberta dos Substitutos, em que os docentes substitutos da UFSC defendem que seus contratos sejam renovados até 31 de dezembro de 2020 por conta da pandemia. Os docentes argumentam que não há como retomar as atividades de forma remota sem a participação dos substitutos, por conta da sobrecarga de trabalho dos docentes.
Imprensa Apufsc