O Ministério da Educação (MEC) anunciou nessa quarta-feira (1°) que irá financiar internet para 400 mil alunos em situação de vulnerabilidade social, podendo ampliar o benefício para até 1 milhão de estudantes das universidades, institutos federais e do Colégio Pedro II. As aulas presenciais estão suspensas em grande parte das redes desde o início de março devido a pandemia do novo coronavírus.
Também foi anunciado um protocolo de biossegurança para retomada das atividades que prevê aferição de temperatura na entrada dos estabelecimentos de ensino, utilização de máscaras e álcool em gel, e distância de 1,5 metro entre estudantes na sala de aula. O secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, defendeu a retomada das aulas, mas afirmou que não há uma data ou um prazo orientado pela pasta.
O modelo ainda será definido pelo MEC, mas há duas opções: por meio de internet patrocinada, ou seja, as instituições de ensino selecionarão os sites autorizados para navegação ilimitada por parte dos alunos; ou via fornecimento de um pacote de dados para os estudantes. Para ambas as opções, o estudante deverá adquirir um chip junto à instituição de ensino. Ainda não há um custo definido para o projeto. A iniciativa será operacionalizada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que é uma organização social.
— Não é uma internet livre, para usarem com o que quiserem. Se o estudante já tiver plano de internet pode usar o plano dele e quando acessar conteúdos (definidos pela instituição de ensino) não será cobrado nada. Se ele não tiver plano ou for muito lento, ele pode adquirir um chip com sua própria instituição e ele vai ter acesso a internet dessa maneira — explicou Vogel, completando:
— O que estamos fazendo é dar a condição de fornecer o conteúdo para os alunos. A distribuição geográfica mostra que a maior parte dos alunos a serem atendidos estão no Nordeste, em torno de 40%. Mais de 90% dos alunos possuem smartphone, o grande gargalo é o acesso à internet e não o equipamento em si.
Questionado se o governo desenvolverá alguma iniciativa semelhante para as escolas da rede estadual e municipal da educação básica, o secretário-executivo afirmou que o MEC pode oferecer apoio técnico a secretarias que desejem adotar modelo semelhante ao do MEC.
Fonte: O Globo