Em audiência na Comissão Mista do Congresso, Pazuello afirmou que é prioridade ‘nº 1’ do SUS ter acesso à fabricação
O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta terça-feira que o Brasil deve assinar nesta semana um acordo para a produção da vacina contra covid-19 em parceria com a Universidade Oxford. Pazuello participou de uma audiência na Comissão mista do Congresso que acompanha as açoes relacionadas ao novo coronavírus.
“Estamos fechando com a Casa Civil o compromisso de participação do Brasil, estamos em ligações paralelas bem adiantadas com as as universidades, envolvendo a Fiocruz e a BioManguinhos. A Casa Civil está analisando a assinatura para os próximos momentos, hoje ou amanhã, ainda nessa semana”, afirmou o ministro.
De acordo com ele, o Ministério da Saúde fez uma matriz para analisar quais estudos eram os mais promissores no mundo nesse campo e escolheu trabalhar diretamente com três: a de Oxford, uma americana e uma chinesa. “É o objetivo número 1 do SUS que a gente tenha acesso e entrada direto junto à estrutura de fabricação”, afirmou Pazuello. “Na América Latina só o Brasil tem essa competência”.
Nova orientação de testagem
Durante a apresentação o ministro também anunciou que o Ministério da Saúde vai lançar orientação para considerar exame clínico em notificações de covid-19. A medida deve ser anunciada ainda nessa semana.
De acordo com a diretriz, o diagnóstico feito por médicos e não somente aqueles com exame laboratorial serão notificados como casos da doença. A iniciativa já havia sido mencionada anteriormente pelo Ministério da Saúde, mas é a primeira vez que ela será apresentada como um documento com diretrizes.
“Fizemos orientação para testagem em massa e diagnóstico e ela já está pactuada e aprovada. Isso demorou um pouco porque a gente precisava tirar todas as dúvidas para apresentar. Isso vai ser apresentado hoje na coletiva de imprensa, ou amanhã”, afirmou.
Pazuello afirmou que a nova orientação determina que a análise do médico é soberana. Segundo ele, a medida é uma tentativa de se aproximar do número real de contaminados no país. “Ela prevê que o diagnóstico clínico é soberano e nossos médicos têm sim capacidade e direito de diagnosticar o paciente e dar o protocolo de atendimento que ele achar. O diagnóstico clínico passa a ser base de dados para que possamos compreender a evolução da doença e não ficar apenas imaginando se o teste tem 30% de erro, se foi feito na hora errada”, disse o ministro.
Fonte: O Globo