Renato Feder pregou de ‘vouchers’ às famílias para elas matricularem os filhos em escolas particulares; em 2019, ele disse ter mudado de ideia
O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, um dos nomes cotados para assumir o Ministério da Educação (MEC), já defendeu a extinção da pasta e a privatização da rede de ensino no Brasil. As ideias foram publicadas no livro ‘Carregando o Elefante – Como transformar o Brasil no país mais rico do mundo’, de 2007. Na proposta, o governo pagaria um ‘voucher’ às famílias para elas colocarem seus filhos em escolas particulares. Modelo semelhante seria adotado no ensino superior.
Feder é administrador de empresas e mestre em Economia. De acordo com integrantes do Palácio do Planalto, ele iniciou um ‘namoro’ com o governo para assumir a vaga deixada por Abraham Weintraub – demitido na semana passada. Sua indicação é uma forma do governo se afastar das polêmicas colecionadas por Weintraub, que hoje é investigado no âmbito do inquérito das ‘fake news’ e se vê no centro de uma controversa viagem às pressas para os Estados Unidos.
A obra de Feder foi escrita em coautoria com o empresário Alexandre Ostrowiecki, da Multilaser, empresa que atuava como CEO até assumir o cargo estadual. Hoje, a obra é renegada pelo secretário, que disse em 2019 ter mudado de ideia sobre as propostas.
“Todas as escolas e universidades públicas devem ser privatizadas e o governo deve financiar a educação fundamental por meio de um sistema de vouchers. Além do valor recebido do Estado, cada escola deveria ter autonomia para determinar o preço que quer cobrar adicionalmente à verba do governo”, defenderam os autores. “Ou seja, se determinada escola possui mais candidatos do que vagas, ela pode cobrar um valor adicional para que se estude nela. Usando-se esse valor adicional como regulador, a demanda pela escola em questão será ajustada para a oferta disponível”.
Em manifestação ao jornal Gazeta do Povo em 2019, que noticiou o caso quando o secretário assumiu o cargo estadual, Feder disse que não defende mais o modelo proposto no livro, afirmando ter ‘mudado de opinião’ após estudar com profundidade o tema da Educação e ‘ter constado que as evidências empíricas, especialmente as do modelo chileno e americano, não revelam haver vantagens para o aprendizado na adoção desse formato’.
Leia na íntegra: Estadão