Documento de secretários lista diretrizes para volta às aulas; data segue indefinida
Quando forem retomadas, as aulas presenciais nas escolas terão menos alunos por sala e só atividades individuais, nada de trabalhos em grupo. Haverá rodízio entre estudantes em sala e em casa, com continuidade das atividades online. No intervalo, refeitórios terão lugares marcados para que estudantes mantenham a distância entre si. Cada um deverá ter a própria garrafinha de água. Podem ocorrer aulas de reposição aos sábados ou em outros períodos. Professores e alunos devem usar máscaras o tempo todo.
Essas são algumas das diretrizes elaboradas pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) para o retorno às aulas presenciais no País. Os secretários estaduais não têm previsão de datas para a volta, mas elaboraram a cartilha nacional para que Estados façam adaptações às realidades locais, principalmente em relação às ações sanitárias. O documento dedica grande espaço a medidas pedagógicas.
As escolas devem apresentar alternativas para o cumprimento da carga horária mínima anual com ampliação da jornada diária e reposição de aulas aos sábados ou à noite. O documento prevê a “possibilidade de prorrogação do calendário para o período de recesso ou para o ano seguinte”. Isso significa que o ano letivo não deve acabar em dezembro.
“Os anos letivos de 2020 e 2021 serão entendidos como um ciclo. Com isso, os alunos não seriam prejudicados. Os conteúdos de 2020 seriam distribuídos nesse ciclo”, diz a secretária de educação de Alagoas, Laura Souza, uma das coordenadoras do documento. “Vamos olhar para o currículo e identificar aprendizagens fundamentais que não podem faltar para todos os estudantes.”
Embora seja orientado principalmente para escolas públicas, a cartilha do Consed também influencia as particulares. Em São Paulo, gestores e professores já começaram a quebrar a cabeça para se adequar ao “novo normal” antes mesmo de o documento ser divulgado. Medidas de prevenção, como máscaras, medição de temperatura e álcool em gel, são itens de consenso. O problema será o distanciamento social.
Uma das preocupações dos autores do estudo é com o financiamento das ações na esfera pública. “Os cuidados de prevenção vão criar custos extras. Não temos margem para tantos investimentos. É preocupante”, diz Claudio Furtado, secretário de Educação da Paraíba e também coordenador do estudo do Consed. Ele diz que não houve participação do Ministério da Educação (MEC). “Por isso, o protocolo é importante como ação unificada de Estados e Distrito Federal.” Procurado, o MEC não se manifestou.
Leia na íntegra: Estadão