Ida de ministro a uma manifestação no domingo, em Brasília, num momento de relação tensionada entre Executivo e o Judiciário, irritou o presidente
Aliados do presidente Jair Bolsonaro já discutem abertamente a sucessão do ministro da Educação, Abraham Weintraub. A ida do ministro a uma manifestação no domingo, em Brasília, num momento de relação tensionada entre Bolsonaro e o Judiciário, irritou o presidente. Deputados próximos a Bolsonaro defendem que o nome do novo ministro da Educação seja sugerido por aliados políticos. Porém, segundo fontes, Bolsonaro resiste e quer alguém de perfil ideológico.
Aliados de Bolsonaro buscam uma “saída honrosa” para o ministro, e afirmam que a melhor alternativa seria Weintraub deixar a pasta para evitar mais desgastes com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as possibilidades discutidas há nomes que já estão na estrutura da pasta, como a secretária de Educação Básica do MEC, Ilona Beckskehazy, e o presidente da Capes, Benedito Aguiar. Além desses, o nome do ex-ministro Mendonça Filho foi ventilado como uma opção que agradaria ao Centrão. O educador Antônio Freitas, da FGV, também já foi aventado. E até mesmo o nome de Mozart Ramos, descartado em 2018 durante a transição por desagradar à ala ideológica, voltou a ser cogitado.
No Senado, parlamentares criticam a ausência de senadores em ministérios e lembram que Bolsonaro já indicou quatro deputados para compor o governo. Líderes partidários sugerem o nome de Izalci Lucas (PSDB-DF), já que a indicação dele beneficiaria Luiz Felipe Belmonte, suplente de Izalci e um dos fundadores do Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta criar. Porém Izalci sofre resistência por ser do PSDB.
Em entrevista ontem à BandNews TV, Bolsonaro afirmou que Weintraub não foi “prudente” por ter comparecido ao ato e que esse é um problema que está tentando “solucionar”. Bolsonaro nega estimular atos antidemocráticos como os que ocorreram nas últimas semanas em Brasília, embora tenha inclusive participado de vários deles.
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