Ministro da Educação move ao menos sete processos por dano moral, calúnia ou difamação
Enquanto clama por liberdade de expressão, ao enfrentar as consequências de ataques ao Supremo Tribunal Federal e à China, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, processa jornalistas e comunicadores, como o youtuber Felipe Neto, que publicaram reportagens ou comentários que o desagradaram.
Weintraub move ao menos sete processos por dano moral, calúnia ou difamação.
Ele ainda lança mão para sua defesa nas ações de escritórios de advocacia de dois de seus assessores mais próximos no MEC (Ministério da Educação), o que é visto com ressalva por especialistas.
O ministro da Educação tem um histórico de ataques pelas redes sociais, sendo a imprensa, o PT e a esquerda seus alvos prediletos. Mas Weintraub se colocou no centro da crise política depois de o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril mostrá-lo defendendo prisão para “esses vagabundos”, a começar pelo STF.
As imagens vieram à tona após denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
No mesmo encontro, Weintraub disse odiar os termos “povos indígenas” e “povo cigano”, o que lhe rendeu questionamentos do Ministério Público Federal.
Antes disso, o ministro da Educação já havia feito comentários considerados racistas sobre a China e os chineses.
Uma postagem, do início de abril (e apagada posteriormente), provocou abertura de inquérito no STF após solicitação da PGR (Procuradoria-Geral da República). Trata-se do primeiro ministro de Bolsonaro a ter uma investigação pedida pelo órgão comandado pelo procurador-geral, Augusto Aras.
Ao reagir às investigações e oitivas agendadas pela PF, Weintraub reforçou pelas redes sociais o argumento da liberdade de expressão.
No último dia 2 ele até trocou a imagem de seu perfil no Twitter por uma ilustração de seu rosto com uma mordaça vermelha.
Leia na íntegra: Folha