Weintraub comparou a operação da PF contra fake news à ação da polícia política nazista na Alemanha de Adolf Hitler
Criticado por órgãos e indivíduos ligados ao governo de Israel por comparar a ação da Polícia Federal de quarta-feira à ação da polícia política nazista na Alemanha de Adolf Hitler, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou em seu perfil do Twitter no início da noite desta quinta-feira “ter o direito de falar do Holocausto” e que “não precisa de mais gente atentado contra sua liberdade”.
Na publicação, Weintraub disse não falar em nome “de todos os cristãos ou judeus do mundo”, mas que apenas fala por si só. O ministro afirmou ainda ser neto de católicos e de sobreviventes dos campos de concentração nazistas e ilustrou a postagem com uma foto.
“Não falem em nome de todos os cristãos ou judeus do mundo. FALO POR MIM! Tive avós católicos e avós sobreviventes dos campos de concentração nazistas (foto). Todos eram brasileiros. TENHO DIREITO DE FALAR DO HOLOCAUSTO! Não preciso de mais gente atentando contra MINHA LIBERDADE!”, escreveu o ministro no Twitter.
Nesta quinta, entidades judaicas pediram um basta às declarações sobre o Holocausto. A Embaixada de Israel, em Brasília, postou no Twitter que “houve um aumento da frequência de uso do Holocausto no discurso público, que de forma não intencional banaliza sua memória e a tragédia do povo judeu. Pela amizade forte de 72 anos entre nossos países, pedimos que a questão do Holocausto fique à margem da política e ideologias”.
Pouco antes, o cônsul-geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, escreveu que “o Holocausto, a maior tragédia da história moderna, onde 6 milhões de judeus, homens, mulheres, idosos e crianças foram sistematicamente assassinados pela barbárie nazista, é sem precedentes. Esse episódio jamais poderá ser comparado com qualquer realidade política no mundo”.
Lavi também republicou mensagens do Comitê Judaico Americano, que é a principal entidade judaica dos EUA, da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e do Museu do Holocausto de Curitiba.
O Comitê Judaico Americano repudiou a postagem feita por Weintraub, classificando-a como “profundamente ofensiva aos judeus do mundo” e “um insulto às vítimas e sobreviventes do terror nazista”. No Twitter, a organização ainda criticou a “repetida politização da linguagem do Holocausto por funcionários do governo brasileiro”.
Leia na íntegra: O Globo