Pesquisa inédita aponta que, durante a pandemia, 76% dos entrevistados se mostraram mais interessados em ouvir orientações de pesquisadores e cientistas
Desde a chegada da pandemia da covid-19 ao País, o presidente Jair Bolsonaro tem fechado os olhos para as recomendações de cientistas e pesquisadores. Defende o uso da cloroquina – mesmo reconhecendo que não há comprovação científica de sua eficácia – e aparece constantemente em público em aglomerações, ignorando recomendações do Ministério da Saúde. Entre os brasileiros, no entanto, a confiança na ciência tem crescido: em pesquisa inédita do IDEA Big Data, 76% dos entrevistados declaram que seu interesse em ouvir a opinião, os conselhos e as orientações de especialistas qualificados, como cientistas e pesquisadores, aumentou.
A pesquisa foi realizada de 19 a 20 de maio com pessoas de 18 anos ou mais em todo o país. Para 34% dos entrevistados, o perfil mais adequado de líder para enfrentar a pandemia é o de uma pessoa da área da ciência, e 6% acreditam que um militar deve ocupar essa posição. Com a saída do médico Nelson Teich da Saúde após 29 dias no cargo, a pasta passou a ser comandada, interinamente, pelo general Eduardo Pazuello, que admite ser leigo com relação a questões técnicas da área da saúde. Antes de Teich, o também médico Luiz Henrique Mandetta deixou o ministério após divergências com Bolsonaro.
Ainda que o interesse dos entrevistados em ouvir especialistas tenha aumentado, 60% admitem que leram ou receberam algum tipo de informação falsa sobre a epidemia. A rede social em que esse tipo de conteúdo mais aparece é o WhatsApp, com 41%, seguida pelo Facebook, com 34%. O nível de conhecimento das pessoas sobre a Covid-19 também varia de acordo com a avaliação que têm do governo brasileiro: 82% dos que o classificam como ruim ou péssimo declaram que seu grau de informação sobre a epidemia aumentou. Dos que o classificam como ótimo ou bom, 68% dizem estar mais informados.
Leia na íntegra: Revista Piauí