Organização considera cada vez mais improvável segunda grande onda de Covid-19, mas alerta contra descuido em medidas de proteção
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou neste domingo 24 que a pandemia de coronavírus segue em expansão no planeta, embora Ásia e Europa tenham conseguido controlar os contágios. A organização, no entanto, alertou mais uma vez para a situação do Brasil, que segundo dados do Ministério da Saúde tem 354.460 casos de infecção e 22.412 mortes.
De acordo com os dados da agência da ONU, as curvas seguem tendência alarmante no Brasil. O país é hoje o segundo com mais casos em todo o mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Como medida contra a propagação do vírus, o presidente americano, Donald Trump, anunciou neste domingo a suspensão de voos vindos do Brasil. A medida também restringe a entrada de estrangeiros provenientes do país.
Em todo o planeta, a OMS contabiliza 5,2 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus e 337.736 mortes por Covid-19. A América já despontou em relação à Europa, com 3,33 milhões de infectados, sendo 1,6 milhão apenas dos Estados Unidos.
Segunda grande onda é improvável
A diretora de Saúde Pública da OMS, a espanhola María Neira, afirmou nesta segunda-feira, 25, que os modelos com os quais trabalham estão cada vez mais descartando uma segunda onda da Covid-19. No entanto, em entrevista à rádio RAC 1, de Barcelona, ela pediu “muita cautela e bom senso nesta fase muito crítica” da pandemia, a de relaxamento das medidas de confinamento.
A diretora da OMS pediu que a população não fosse “paranoica ou excessivamente relaxada” e que “aprendesse a viver com doenças infecciosas”.
“Existem muitos modelos que avançam com grande probabilidade. Vão desde um crescimento pontual até uma onda significativa, mas essa última possibilidade está sendo descartada cada vez mais. Estamos muito melhor preparados em todas as áreas”, afirmou a médica.
Segundo María Neira, “diminuímos de tal forma a taxa de transmissão que o vírus terá dificuldade em sobreviver. Devemos ter muito cuidado em afirmar se esse é o fim da onda, mas os dados pelo menos nos mostram que a transmissão e a explosão da primeiras semanas foram evitadas”.
No entanto, ela ressaltou que “vale a pena não fazer muitas previsões, pois as próximas semanas representarão uma fase muito crítica”.
“Com a abertura, você precisa ver como o vírus se comporta. Esperamos que não haja outros surtos, mas será uma batalha diária. Em duas ou três semanas, veremos o que aconteceu e se é necessário corrigi-lo cirurgicamente”, afirmou a médica, sobre a fase 1 do relaxamento das medidas em que toda a Espanha entrou.
Além da Espanha, outros países europeus começaram a diminuir as restrições de circulação, após semanas de confinamento para impedir a propagação do vírus. María Neira reconheceu que a OMS ainda tem “certas dúvidas sobre a relação do vírus com o clima”, apesar de estarem vendo que “está fazendo a jornada geográfica que se espera de um vírus que queira sobreviver”.
“Os números de imunidade são muito baixos. É preciso estar muito vigilante na desescalada”, alertou a especialista novamente, admitindo que “o Brasil já é o segundo país com mais casos”.
Fonte: Veja