Em um mês, número de pacientes confirmados pelo governo do Estado mais que dobrou
A Secretaria da Saúde de Santa Catarina revisou a data e agora projeta que o pico da pandemia do coronavírus no Estado deve ocorrer até o fim de junho. Técnicos do governo defendem que a curva de casos está controlada, mas um grupo de pesquisadores que estuda a Covid-19 no Brasil alerta que a taxa de transmissão do vírus de pessoa para pessoa voltou a subir.
A pandemia do novo coronavírus chegou a Santa Catarina no final de fevereiro. Naqueles primeiros dias, a taxa de transmissão era 2 e 2,5, ou seja, cada catarinense poderia contaminar esse número de pessoas. Em meados de abril esse índice chegou a ser de 1,5 e, no fim daquele mês, foi para 1. “Em alguns momentos, a taxa baixou de 1, quer dizer que, em alguns momentos, a nossa transmissão era menos de uma pessoa por vez, o que começa a mostrar um declínio da infecção”, disse João Ricardo Vissoci, pesquisador do Covid-19Br.
Vissoci é cientista especialista em análise de dados em saúde e faz parte de um grupo de pesquisadores que estuda o avanço do coronavírus no Brasil. Ele acredita que a queda da taxa de transmissão aconteceu principalmente por causa das medidas de isolamento social que começaram em 18 de março.
A maioria dessas regras já foi afrouxada pelo governador Carlos Moisés (PSL), e a que permitiu a maior circulação de pessoas foi liberada há quase um mês: o comércio de rua. Duas semanas depois, a taxa de transmissão do vírus voltou a subir. Na semana passada, já chegou a perto de 1,5.
Segundo o cientista, observar esse índice é importante para prever quantas pessoas vão se contaminar futuramente. Com a taxa atual, seriam 120 mil casos ao fim de julho. O cenário mais otimista só seria realidade se a transmissão recuasse de novo para 1: com esse número, Santa Catarina chegaria no mesmo período com 30 mil infectados.
Leia na íntegra: G1