A pedido da Apufsc, equipe do projeto de extensão “Cuidado à Saúde Bucal de Idosos”, do Departamento de Odontologia da UFSC, produz vídeo com recomendações
Microorganismos como as bactérias, vírus e fungos estão presentes constantemente em nossas bocas. É com eles que se mantém um equilíbrio e a saúde bucal. No entanto, quando não fazemos a higienização correta e rompemos tal equilíbrio, podemos lidar com uma série de implicações. Neste momento, enfrentamos uma pandemia na qual o órgão mais afetado por um vírus é o pulmão. Por essa razão, além da preocupação com a higienização das mãos, é importante manter a atenção à higiene bucal.
A pedido da Apufsc, a professora Ana Lúcia Schaefer Ferreira de Mello, do departamento de Odontologia da UFSC, produziu um vídeo com recomendações para fazer uma higienização correta da cavidade bucal. Doutora em Enfermagem e em Odontologia, com Pós-Doutorado em Administração e Gerência do Cuidado em Enfermagem e Saúde, Ana Lúcia Mello desenvolve trabalhos na área do cuidado à saúde, com foco na saúde bucal de idosos e saúde coletiva. A produção do vídeo contou com o apoio da bolsista Denise Damo.
Por que fazemos a higiene bucal?
É importante relembrar que o objetivo da higiene bucal diária é remover a placa bacteriana, ou também chamada de biofilme, que nada mais é que a sujeira que se acumula sobre a superfície de dentes e próteses. Além disso, inclui também a limpeza de tecidos moles, como a gengiva e a língua.
A cavidade bucal apresenta uma série de microorganismos como bactérias, vírus e fungos. A saúde da boca é mantida mesmo na presença deles, quando há um equilíbrio no meio bucal. Ao não higienizarmos nossa boca corretamente, rompemos esse equilíbrio. Ou seja há proliferação da placa bacteriana e aumento do risco de desenvolver doenças placa-dependentes, como cárie e doenças periodontais.
Como a higiene bucal está relacionada com a ocorrência de doenças sistêmicas?
Estudos têm demonstrado que as bactérias que se encontram na cavidade bucal podem influenciar o desenvolvimento de doenças sistêmicas de quatro formas:
- via processo de bacteremia — isso é, quando cai na corrente sanguínea;
- via provocação de uma resposta autoimune;
- via disseminação sistêmica da produção local de mediadores inflamatórios;
- e por ingestão ou via aspiração de conteúdos bucais.
Existe a possibilidade das bactérias da cavidade bucal e da inflamação por ela provocadas influenciarem no início e, também, na progressão destas doenças. Um exemplo é o que chamamos de pneumonia por aspiração, quando ocorre uma complicação da aspiração pulmonar, causando infecção respiratória grave por microorganismos bucais específicos.
Qual a primeira coisa a ser feita em relação à higiene bucal?
Lavar as mãos antes de higienizar a boca, já que as mãos vão estar em contato muito próximo da boca e da pele durante a escovação e o uso do fio dental e manuseando os utensílios. No atual momento de pandemia, esse hábito torna-se ainda mais importante.
Quais os cuidados que devemos ter com um paciente com Covid-19?
O estado de saúde do paciente que contrair o Covid-19 pode se agravar se a higiene bucal não for realizada corretamente. A prática é importante porque pode evitar problemas pulmonares que têm potencial para tornar a doença mais perigosa. Ainda, caso um familiar seja internado em ambiente hospitalar, deve-se lembrar de manter a rotina de higiene bucal, para se prevenir a pneumonia por aspiração, mas também outras patologias bucais relacionadas com a imunidade baixa, como a candidíase (infecção fúngica).
Confira o vídeo com dicas práticas de como realizar a higiene bucal de forma adequada:
Imprensa Apufsc