Estudo foi realizado pela UFSC, Univille e University of Waterloo, do Canadá, e aponta que subnotificação pode chegar a 300% no estado
O alcance da pandemia de Covid-19 em Santa Catarina é muito maior do que as estatísticas oficiais mostram, aponta estudo de pesquisadores da UFSC, Univille e University of Waterloo (Canadá): a estimativa de uma das variáveis do trabalho é de 58.500 pessoas contaminadas com SARS-Cov-2 e de 117 mortes provocados pela doença. A outra aponta que a subnotificação no estado pode chegar a 300%.
Com o título “Estimativa da subnotificação de casos da covid-19 no estado de Santa Catarina”, o artigo assinado por André Nogueira (Univille), Christiane Nogueira (University of Waterloo), André Zibetti, Nestor Roqueiro, Oscar Bruna-Romero e Bruno Carciofi (UFSC) propõe duas abordagens sistêmicas para estimar os valores da subnotificação do número de óbitos e de indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2.
Uma metodologia empregada se baseou na comparação do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrados nas primeiras 16 semanas epidemiológicas de 2020 (até 26 de abril) ao número de casos confirmados de Covid-19 para o mesmo período em Santa Catarina. O número de casos também foi confrontado com a média dos registros de SRAG dos anos 2015, 2017, 2018 e 2019 no estado (os dados de 2016 não foram considerados devido ao surto epidemiológico da gripe Influenza – H1N1 – ocorrido neste período).
Nesta metodologia, a pesquisa leva em conta a possibilidade da duplicidade de registros, que pode ocorrer quando um paciente é registrado no sistema com SRAG, e, após recebimento de resultado positivo para o novo coronavírus, há contagem do diagnóstico para a Covid-19 sem a eliminação do registro anterior.
Uma segunda estratégia para estimar o número de casos subnotificados foi a comparação dos registros de óbitos por Covid-19 e SRAG, no mesmo período. “Subnotificações de óbito podem ocorrer principalmente quando pacientes com quadro clínico compatível com Covid-19 vem a óbito e não são testados para confirmar que a causa da morte teria sido decorrente desta doença infecciosa em específico. Nestes casos, a causa da morte é normalmente atribuída à SRAG”, concluem os cientistas na pesquisa, com a ressalva de que a duplicidade de registro, neste caso, é bem menos provável e, por esta razão, não foi considerada nesta estratégia.
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Leia na íntegra: Notícias UFSC