O ministro é alvo de inquérito aberto no STF após publicação irônica sobre a China
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, negou ser racista e disse que fez amigos orientais durante um período de estudos fora do Brasil. Ele é alvo de inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para apuração de um suposto crime de racismo em postagens nas quais se referiu de maneira irônica à China.
Em entrevista ao canal da apoiadora bolsonarista Paula Marisa no YouTube, o ministro alegou que recebeu até homenagens dos amigos chineses durante um MBA internacional.
“Eu não sou racista. Eu estudei na USP, também não sou analfabeto, não sou burro, eu sei fazer conta, estudei economia na USP, fiz mestrado na FGV, trabalhei 20 anos no mercado. Mas uma coisa que pouca gente sabe é que eu fiz um MBA internacional, dois anos. Fiquei fazendo em cinco universidades diferentes no mundo. Um grupo de vários alunos, cinco universidades. Uma delas era na Carolina do Norte, tinha Erasmus na Holanda, Tec Monterrey no México, FGV no Brasil, e a universidade chinesa de Hong Kong. Começaram 140 alunos, tinha uns 30 chineses. Eu fui o único ocidental que eles fizeram uma homenagem”, disse Weintraub.
O ministro da Educação, que usou a linguagem característica do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para insinuar que a pandemia do novo coronavírus era benéfica à China, disse que costumava fazer brincadeiras com os amigos chineses.
“Eu fiquei tão amigo deles, e eles falaram que ‘o Abraham é tão legal que vamos dar um nome em mandarim para ele’. Eles se reuniram e escolheram. Eu até fui verificar para ver se não estava escrito ‘babaca de óculos’, porque eu também bagunçava muito com eles, mais do que Cebolinha”, afirmou.
Weintraub também usou a família para alegar que não é racista. O ministro disse ter “pele escura” e reclamou de ter sido chamado de nazista.
“Eu não sou racista, meu histórico familiar é uma mistura muito grande de gente escura, clara, a minha pele é muito escura. E o meu avô Weintraub era branquinho que nem um copo de leite. O meu avô Vasconcellos era morenão, bem mais que eu. E já me chamaram até de nazista no Senado”, disse.
A abertura do inquérito contra Weintraub foi autorizada pelo ministro decano da corte, Celso de Mello, e atendeu a um pedido do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques.
Fonte: UOL