Questionário on-line busca entender mudança no estilo de vida com as medidas de isolamento e como isso afetou trabalho, renda, alimentação e saúde física e mental
Pesquisadores da Unicamp, de Campinas (SP), participam de uma pesquisa para mapear o impacto da pandemia do novo coronavírus nos hábitos e comportamentos da população brasileira. A ideia é obter, por meio de um questionário on-line, informações de como o período de isolamento social para conter a Covid-19 afetou trabalho, renda, alimentação, saúde física e mental, entre outros fatores.
“A nossa finalidade é descrever como a mudança no estilo de vida, na rotina, nos cuidados da saúde, impactaram no bem-estar da população”, descreve Margareth Guimarães Lima, pesquisadora do Centro Colaborador de Análise de Situação em Saúde (CCAS) da Unicamp. Segundo a pesquisadora, o trabalho também visa mensurar as mudanças na relação de trabalho, principalmente para autônomos e informais, além da insegurança, diminuição ou sobrecarga para outros trabalhadores.
A pesquisa, uma iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e que conta com a participação da Unicamp e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conta com perguntas sobre o local de domicílio, idade, renda e escolaridade e informações sobre como era a vida antes da pandemia e o que mudanças a doença provocou em diferentes aspectos. Podem participar pessoas acima de 18 anos, e todas as informações são confidenciais.
De acordo com Margareth, os pesquisadores tem trabalhado para obter uma amostragem representativa da população, mas o questionário é aberto e é importante que mais pessoas, de diferentes setores da sociedade, participem. “Seria muito importante ter dados de idosos. Algumas questões são relativas aos números dos moradores, e é preciso que as pessoas levem em consideração. Além disso, seria interessante se as pessoas pudessem auxiliar os idosos a preencher, já que eles representam uma fatia da população que teve grande impacto com a pandemia”, destaca a pesquisadora da Unicamp.
Ainda não há uma data para término da pesquisa, uma vez que a pandemia e os impactos ainda estão em curso, mas a ideia é que alguns dados preliminares possam retratar as mudanças ocorridas no hábito e comportamento dos brasileiros antes da publicação do artigo científico. “Essa é uma amostragem da população brasileira, mas também vamos fazer, uma análise, um recorte regionalizado”, completa Margareth.
Fonte: G1