Centros culturais, museus, bibliotecas e outros projetos têm usado a internet para promover atividades culturais durante o isolamento
A primeira live brasileira de que se tem notícia foi a de Gilberto Gil, em 1996, na qual lançou a música Pela Internet, em alusão a Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, gravada em 1916. O que na época foi extremamente difícil, hoje em dia pode ser feito por qualquer um. A internet e as redes sociais quebraram não só a barreira da comunicação como também a do entretenimento. Pensando nessas facilidades e na necessidade de ficar em casa agora, algumas instituições e empresas têm promovido um variado catálogo de atividades on-line.
Seguindo na área musical, o Sesc São Paulo está promovendo uma série de transmissões ao vivo ao longo de toda a semana. Artistas como Chico César, João Bosco e Roberta Sá já se apresentaram. Nesta terça, dia 28, a vez é de Rael. Marcelo Jeneci e Renato Braz estão programados para este sábado e domingo. É possível acompanhar as lives pelas redes sociais do Sesc: @sescaovivo no Instagram e sescsp no YouTube e Facebook.
As orquestras também entraram no movimento para que as pessoas fiquem em casa e disponibilizaram alguns de seus concertos on-line. É o caso da Jazz Sinfônica, que relembra o Festival de Inverno com a participação de grandes artistas como Carlinhos Brown, Fafá de Belém e Lenine. A Orquestra Sinfônica do Estado de são Paulo (Osesp), além dos concertos, está promovendo atividades como uma visita virtual à Sala São Paulo, bastidores com artistas e convidados da casa e uma série de vídeos em que os músicos falam sobre a história dos instrumentos que tocam.
Para o público infantil o Projeto Guri tem divulgado algumas de suas apresentações, além de livros didáticos para download e a série De Criança para Criança, com animações feitas a partir de desenhos infantis. De forma geral, o número de playlists também aumentou. A TV Cultura, por exemplo, fez uma com algumas músicas de seus programas infantis e a Fábrica de Cultura, portal do governo do Estado de São Paulo, tem várias com temas que vão desde Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha a Duetos das Periferias.
A Fábrica de Cultura não se destaca apenas na área da música. O Projeto Espetáculo é uma de suas atividades voltadas para o teatro, e as performances gravadas estão disponíveis no canal do YouTube da instituição. O Theatro São Pedro também está liberando trechos de suas óperas, além da íntegra do balé Pulcinella, de Igor Stravinsky, e da ópera Arlecchino, de Ferruccio Busoni. A SP Escola de Teatro, por outro lado, está oferecendo atividades pensando na formação dos atores. É o caso das palestras com Adélia Prado e Denise Fraga, assim como uma aula com Zeca Baleiro e um seminário com Fernanda Montenegro.
Os museus também oferecem um catálogo diverso, com visitas virtuais, exposições on-line e conversas com artistas e curadores, além de atividades que reforçam a particularidade de cada um. O Museu do Futebol, por exemplo, relembra palestras e artigos de seu acervo on-line.
Até as bibliotecas estão tentando se reinventar nesse período, mas como não dá para simplesmente disponibilizar os livros na internet, elas inovam nas atividades complementares para incentivar a leitura. A Biblioteca de São Paulo e a Biblioteca Villa Lobos fizeram, cada uma, uma playlist dos bate-papos com os escritores do programa Segundas Intenções e relembram o Prêmio São Paulo de Literatura 2018. O Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo (Siseb) também está oferecendo vídeos de várias oficinas, palestras e debates com figuras como Pedro Bandeira, Eva Funari e Laerte Coutinho.
Confira a lista completa de dicas culturais no Jornal da USP.
Fonte: Jornal da USP