Evaldo Ferreira Vilela, presidente da Fapemig, foi nomeado para o cargo
João Luiz Filgueiras de Azevedo foi exonerado da presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) nesta sexta-feira (17). Evaldo Ferreira Vilela, presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), foi nomeado para assumir o cargo. O site G1 entrou em contato com o CNPq perguntando o motivo da troca, mas não recebeu a informação até a publicação desta reportagem. O conselho é vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTIC).
De acordo com a Associação de Servidores do CNPq, a exoneração pode estar ligada ao posicionamento de Azevedo, que pedia mais verbas e autonomia para a entidade.
Azevedo estava à frente do conselho desde fevereiro de 2019. Ele é engenheiro aeronáutico pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e tem doutorado em Aeronautics and Astronautics Engineering pela Universidade de Stanford.
Ao longo de sua passagem pelo comando do CNPq, o engenheiro se posicionou contra a fusão entre o órgão e a Capes, defendida pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Na ocasião, Azevedo avaliou a eventual mudança como “um transtorno enorme”. O posicionamento estava alinhado com o do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes.
Sobre o novo presidente do CNPq
Desde 2019, Vilela acumulava o comando da Fapemig com a presidência do Conselho Nacional de Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap). Em março do ano passado, quando o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) sofreu um contingenciamento de 42,2% nas suas verbas, o novo presidente do CNPq alertou para os duros reflexos que o conselho, maior agência de fomento do MCTIC, e a própria pesquisa brasileira sentiria.
“Não estou vendo disposição da área econômica do governo para resolver esta conta. Os bolsistas de mestrado ganham R$ 1.500 mensais. Os alunos de doutorado, R$ 2.200. No ano passado, em Minas Gerais, vi estudantes recebendo o auxílio com 15 dias de atraso e que tiveram dificuldade para pagar ônibus e comprar comida”, disse, na ocasião, ao jornal O Globo.
O novo presidente do CNPq também foi um dos signatários de uma carta endereçada ao presidente Bolsonaro em julho de 2019, no auge da crise da Amazônia, em defesa dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). À época, os dados científicos do órgão foram colocados em dúvida pelo próprio governo e seu então presidente, Ricardo Galvão, acabou demitido.