Paralisações previstas para essa data, no entanto, estão mantidas
Devido ao surto de coronavírus que atinge o país, a União Nacional dos Estudantes (UNE), centrais sindicais e frentes de esquerda decidiram cancelar a manifestação prevista para o dia 18 de março. Greves e paralisações previstas para a data, porém, estão mantidas.
Os atos marcados para domingo a favor de Bolsonaro também foram dsmarcados.
Atividades e manifestações que marcariam os dois anos da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) no sábado (14), no Rio de Janeiro, também foram canceladas.
O ato do dia 18 havia sido chamado pela defesa da educação, mas ganhou adesão de outros movimentos e, diante da convocação de Bolsonaro para o 15 de março, passou a mirar o governo, com o mote “Ditadura Nunca Mais”.
Centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB e Nova Central) que estavam na organização do protesto também decidiram pelo cancelamento.
A CSP-Conlutas divulgou posicionamento para manter a mobilização do dia 18. “Estamos reforçando a convocação do 18M enquanto Dia Nacional de Lutas e Paralisações porque, equivocadamente, algumas centrais e setores do movimento estão atuando no sentido da desmobilização. Insistimos que é hora de fortalecer as paralisações no dia 18. Quanto aos atos, está evidente que a realidade colocada pela pandemia apresenta situações que podem levar a impedimentos, que devem ser acompanhadas, levadas em consideração e analisadas caso a caso”, diz em nota.
As centrais, porém, vão manter panfletagem em locais de trabalho pela manhã e está prevista uma greve de servidores públicos, como professores e trabalhadores dos Correios.
“O dia 18 será um dia de greve, as pessoas não vão comparecer ao trabalho, vão paralisar. Não teremos atos que aglomerem pessoas e estamos exigindo medidas do governo de que suspenda, inclusive, a agenda de votações no Congresso Nacional”, disse Carmem Foro, vice-presidente da CUT.
“Acreditamos que esse é um momento de responsabilidade com a saúde do povo brasileiro e, por isso, em conjunto com outros movimentos definimos pelo adiamento dos atos de rua do dia 18, evitando o fomento de grandes aglomerações conforme orientações da OMS [Organização Mundial da Saúde] e Ministério da Saúde, mas mantendo as greves e paralisações”, diz a UNE em nota.
A entidade também faz um apelo para que as universidades discutam a suspensão das aulas, como já fizeram Unicamp e UnB. E exalta a importância da pesquisa e dos cientistas no país.
“Essa lamentável situação de saúde pública só deixou mais evidente a necessidade de mais investimentos e respeito pelas nossas instituições públicas de ensino e saúde”, afirma a UNE.
A entidade afirma ainda que voltará a ocupar as ruas após o fim da pandemia e que prepara ações nas redes sociais.
Leia na íntegra: Folha