Orientação do Departamento de Ensino da Prograd é que os atuais quadros assumam as aulas dos docentes faltantes; situação causa apreensão nos professores
A menos de quatro semanas para o começo das aulas na UFSC, previsto para 4 de março, os departamentos de ensino estão tendo que lidar com a insuficiência de professores gerada pela proibição, por parte do Ministério da Educação (MEC), de contratar docentes. De imediato, a UFSC está impedida de contratar 39 professores efetivos e também suspendeu, em janeiro, editais que previam a contratação de 40 substitutos.
Enquanto o MEC não liberar as contratações, a orientação do Departamento de Ensino (Den) da Pró-reitoria de Graduação (Prograd ) é que cada departamento de ensino se organize para dar conta da demanda com os professores disponíveis – o que causa perplexidade no corpo docente, que terá que assumir mais tarefas.
“Não tem como cancelar o nascimento de um bebê. Existem situações que não podem ser prorrogadas”, diz uma professora da UFSC que conversou com a imprensa da Apufsc em caráter de sigilo. Ela se refere às vagas resultantes de licença maternidade e acrescenta também aquelas que surgem por licença saúde e aposentadoria, que não podem ser adiadas. Se essa situação se estender, prevê, vai prejudicar também o processo de formação dos professores, pois será cada vez mais difícil sair para fazer pós-doutorado, por exemplo.
“Estamos apreensivos com o desafio de dar conta da demanda com a equipe que temos – e sem sacrificar o currículo dos alunos, pois não podemos cancelar disciplinas”, salienta. Ela avalia que os professores já estão sobrecarregados e, ainda assim, vão ter que tirar horas da pesquisa, da extensão, de tarefas administrativas, para assumir mais aulas. Neste início de ano letivo, o curso em que ela atua vai funcionar com sete professores 40 horas a menos, enquanto perdurar a proibição do MEC.
A professora entende que o cenário é de “opressão” tanto para os professores em seus departamentos quanto para as demais instâncias da universidade. “A administração da UFSC também está pressionada e faz o que pode no momento. O problema é que esse governo não tem negociação. Nós professores estamos inseguros. Existe uma lupa em cima da UFSC. Tudo é motivo para processo administrativo, para dizer que estamos agindo fora da lei. É nesse cenário que enfrentamos agora também a falta de professores”.
Imprensa Apufsc