Presidente da Câmara subiu o tom das críticas a Weintraub pela sucessão de problemas na gestão da educação; o ministro não quis se manifestar
Os candidatos a uma bolsa do Prouni têm até sábado (1º) para fazer inscrição. O prazo foi prorrogado depois das confusões no Enem e no Sisu. A sucessão de problemas na gestão da educação levou presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a criticar com veemência o ministro Abraham Weintraub.
Foram duas semanas de confusão. Primeiro, vieram problemas na correção das provas do Enem. Ações na Justiça adiaram a divulgação do resultado final do Sisu e o início do prazo de inscrição para o Prouni.
A sucessão de erros, além da postura do ministro da Educação, fez o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticar duramente a gestão de Abraham Weintraub, na quarta-feira (29), em um evento com investidores em São Paulo. Na palestra, Maia perguntou: “Como os investidores podem olhar para o Brasil com o ministro da Educação que temos”?
Ele também condenou o comportamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Disse que em conversas com parlamentares europeus percebeu que Salles perdeu as condições de interlocutor. Nos dois casos, segundo Maia, os ministros radicalizaram demais. Nesta quinta-feira (30), o presidente da Câmara voltou a falar do comportamento dos dois ministros. Amenizou as críticas a Ricardo Salles, mas subiu o tom nas declarações contra Weintraub.
“É claro que o ministro do Meio Ambiente é diferente do ministro da Educação. Acho que, de fato, no ano passado ele radicalizou. As relações com os setores do Meio Ambiente ficaram muito ruins, é óbvio, mas ele é um quadro de muita qualidade, eu gosto dele, tenho uma boa relação com ele. No caso do ministro da Educação, não. De fato, o ministro da Educação atrapalha o Brasil, atrapalha o futuro das nossas crianças, está comprometendo o futuro de muitas gerações. Cada ano que se perde com a ineficiência, com discurso ideológico de péssima qualidade na administração, acaba prejudicando os anos seguintes da nossa sociedade”, avaliou.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, não quis se manifestar. Já Ricardo Salles, em uma solenidade para assinatura de acordos de cooperação com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, evitou o confronto com Maia, a quem disse respeitar.
“Aqui há um grande respeito pelo presidente Rodrigo Maia. Nós temos aqui uma interlocução sendo feita com o principal representante ambiental da maior potência do planeta e que daqui já decorre uma consequência pratica desse trabalho”, afirmou.
Apesar das críticas a integrantes do primeiro escalão do governo, o presidente da Câmara afirmou nesta quinta que mantém uma relação positiva de diálogo permanente com o presidente Jair Bolsonaro e que cabe apenas ao presidente da República decidir quem fica ou não no governo. Mas Maia disse que não poderia se omitir diante de tantos problemas, principalmente na área de educação.