Comissão destaca que o erro “afeta a credibilidade do Exame e a vida estudantil de milhões de candidatos”
A Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação (Comex/MEC) atribuiu as falhas nas correções do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) à precarização da gestão da pasta e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), à “atabalhoada contratação” da gráfica Valid S.A e à paralisação no desenvolvimento e manutenção dos softwares.
O diagnóstico foi apresentado em uma nota técnica assinada pelos deputados Tabata Amaral (PDT-SP), João H. Campos (PSB-PE), Felipe Rigoni (PSB-ES) e Rose Modesto (PSDB-MS).
Um erro em notas do Enem afetou cerca de 6 mil provas e ficou concentrado em quatro cidades da Bahia e de Minas Gerais, informaram, na segunda (20), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o presidente do Inep, Alexandre Lopes.
No documento, a Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação destaca que o erro “afeta a credibilidade do Exame e a vida estudantil de milhões de candidatos”, pede que os culpados sejam responsabilizados pelas falhas e que o MEC inclua no próximo edital da prova uma previsão para a revisão de notas.
“Requer-se, de imediato, transparência sobre os fatos e a correção integral de todas as provas e a equalização das notas de acordo com a Teoria da Resposta ao Item (TRI) e a adequação dos prazos, de modo a garantir transparência e justiça ao processo.”
Na nota técnica, o colegiado coordenado por Tabata revela que o Inep conta com servidores com menor nível de escolaridade em cargos estratégicos no governo de Jair Bolsonaro se comparado às duas gestões anteriores. Além disso, o documento destaca que houve alta rotatividade de funcionários em cargos estratégicos do instituto.
Sobre a gráfica contratada, a comissão parlamentar aponta que a Valid “teve cerca de 6 meses para organizar a prova, sem ter nenhum acúmulo ou expertise na prova que atende milhões de candidatos”.
Além disso, o documento destaca o prazo curto disponibilizado para que os alunos pudessem reportar os erros das notas e defende que os estudantes tenham um prazo maior para a inscrição no Sisu. As inscrições terminam no próximo domingo (26).
Leia na íntegra: Valor Econômico