O eBus foi o primeiro do país 100% elétrico movido a energia solar, não lançava gases poluentes no ar e divulgava a produção acadêmica da universidade
Sem recursos, o ônibus elétrico desenvolvido pela UFSC está sem rodar desde o início do ano. O projeto, desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina, permitiu que o veículo rodasse durante três anos numa linha direta gratuita do campus da universidade, no bairro da Trindade, até o Sapiens Parque, no Norte da Ilha de Santa Catarina.
Nesse período, foram 120 mil quilômetros percorridos, o que corresponde a três voltas ao mundo. Por ser um projeto de pesquisa, todas as 5 mil viagens eram gratuitas e atendiam, via pré-inscrição, a comunidade acadêmica, trabalhadores e moradores da região.
Por que parou ?
O financiamento do projeto era do Ministério da Ciência e Inovação e contava com R$ 135 mil/ano, dinheiro suficiente para o pagamento de dois motoristas e a manutenção do veículo. O contrato expirou em agosto de 2019. Os pesquisadores fizeram um crowdfunding, uma vaquinha virtual, mas o recurso arrecadado foi suficiente apenas para esticar a operação até o final do ano.
“Com este Governo Federal está tudo muito difícil, inclusive foi extinta a secretaria de inclusão social. Nós já estamos em tratativas com empresas do setor privado para tentar retomar o projeto” explica o coordenador do Laboratório de Energia Fotovoltaica da UFSC, Ricardo Ruther.
O veículo tem autonomia para rodar 70 quilômetros e custou cerca de R$ 1 milhão. O eBus fazia cinco viagens por dia, tem 38 lugares em poltronas confortáveis, possui mesas de reunião, tomadas 220V e USB, ar-condicionado e wi-fi. Os motoristas já receberam o aviso prévio.
Fonte: NSC Total