Se 2019 foi um período de ataques verbais, ameaças e provocações aos docentes e à universidade pública, em 2020 elas podem se concretizar em medidas ainda mais concretas se não houver consciência, união, desprendimento e disposição ao engajamento coletivo, que serão necessários à resistência. Enfrentamos um governo assumidamente hostil ao pensamento crítico, à cultura, à ciência, à tolerância e à diversidade, que por isso mesmo vê a universidade como um território inimigo e seus professores como obstáculos ao triunfo de um senso comum conservador, autoritário e fundamentalista.
A isso se soma uma política de encolhimento do Estado e destruição dos serviços públicos, em que o ataque ao funcionalismo se tornou pauta preferencial do governo, que este ano já nos tomou parte das aposentadorias. No próximo, pretende avançar sobre nossa estabilidade e nossos salários, ao mesmo tempo em que mantém os verdadeiros privilégios de militares, juízes, procuradores e policiais. A PEC emergencial autoriza cortar 25% dos salários, a reforma administrativa aniquila carreiras e o orçamento de 2020 prevê cortes de até 40% para as universidades e as agências de fomento.
Os desafios que enfrentamos exigem muita firmeza do Sindicato e da categoria, mas também criatividade para encontrarmos novas formas de luta e habilidade para as articulações políticas necessárias com outras categorias e setores mais amplos da sociedade, na defesa do serviço público, da educação e da democracia.
Mas se 2019 foi o ano em que a Apufsc retomou sua tradição de lutas, com assembleias históricas, mobilizações importantes e a eleição do Conselho de Representantes mais amplo de sempre, 2020 há de ser o de retomar a sua plena força, com a adesão dos professores que ainda não se associaram e a conclusão do processo de filiação a uma entidade sindical nacional, com a assembleia que fará a opção já marcada para 24 de março. Juntos, vamos resistir.
Diretoria da Apufsc-Sindical
Nota publicada na seção “Carta da Diretoria”, no boletim mural 831