Desconto no salário dos docentes mais velhos pode passar de R$ 8 mil no ano que vem
Previdência, o novo plano da Unimed da UFSC e o velho Imposto de Renda: somando os descontos já conhecidos com os que passarão a valer no ano que vem, os professores da universidade verão o contracheque minguar em 2020. Os fatores, de naturezas distintas, terão um impacto significativo, especialmente na remuneração dos mais velhos.
Primeiro, vem o novo plano de saúde da universidade, que dobrou de valor para quem tem mais de 59 anos. Em março de 2020, será a vez da nova alíquota previdenciária, instituída pela reforma da Previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes. Para alguns docentes, os descontos totais ultrapassam os R$ 8 mil, contando com o Imposto de Renda.
É o caso, por exemplo, de titulares com doutorado, com mais de 59 anos de idade. Com salário bruto de R$ 20.530,01, esses professores pagam hoje R$ 2.258,30 de Contribuição para o Plano de Seguridade Social do Servidor (CPSS), 11%. Com a reforma da previdência, o desconto subirá para R$ 3.036,53, ou seja, 14,79% do salário bruto. Considerando o Imposto de Renda de R$ 3.941,34 retido na fonte, o desconto após a reforma totaliza R$ 6.977,87 (IRPF + Previdência), o que equivale a 33,99% do salário bruto.
Se esse professor titular fez a migração para o plano de saúde da Unimed mais contratado pelos servidores da UFSC (o Plano Tipo 1 Plus), terá descontado na folha mais R$ 1.119,78 por pessoa. No contrato antigo firmado pela operadora com a universidade, esse valor era de R$ 553.
“Ficou extremamente oneroso, mas com pessoas idosas em casa não temos como abandonar o plano”, diz Sandra Mendonça, professora aposentada pelo Colégio de Aplicação, que fez migração para ela, para o marido e para mãe, todos com mais de 59 anos. “A gente se sente refém, mas se mantém por medo de um dia não ter condições de pagar um tratamento”.
Para os professores mais jovens, a mensalidade do plano de saúde vai até diminuir, porque a nova tabela de preços da Unimed é por faixa etária. O aumento na alíquota previdenciária também não será tão drástico. Pela regra antiga, a geração de professores que ingressou no serviço público após 2013 se aposenta com o teto do INSS, hoje de R$ 5.839,45. O desconto passará de R$ 642,34 para R$ 682,55.
Imprensa Apufsc