Em vídeo, Eduardo Moreira diz que reforma é uma “armadilha” para os mais pobres
A Reforma Administrativa preparada pela equipe econômica do presidente Bolsonaro, liderada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ser enviado ao Congresso em 2020. No entanto, informações já antecipadas dão conta de que a proposta prevê perdas de direitos para os servidores públicos.
O Economista Eduardo Moreira, já eleito pela revista Investidor Institucional um dos três economistas mais importantes do país em 2016, divulgou um vídeo em que descreve as medidas como uma “armadilha” contra os mais pobres, algo que, na sua avaliação, começou com o teto de gastos, a Emenda Constitucional 95.
“Isso foi uma armadilha muito bem pensada, na qual as coisas têm uma ordem para acontecer. Você não faz primeiro a Emenda 95 à toa. O que fazer primeiro: limitar a capacidade do Estado de gastar”, critica.
Para ele, o governo, em vez de penalizar o servidor público, deveria reduzir gastos com pagamento de juros da dívida pública. “Não tem lugar nenhum na Constituição que diz que os juros da dívida são mais importantes que outros gastos”, avalia.
O especialista traça uma linha do tempo que, segundo ele, revela a estratégia do governo para beneficiar a iniciativa privada e grandes empresários. “Está tudo amarrado. É um plano com começo, meio e fim. Só não vê quem não quer. E quando as pessoas resolverem ver, já vai ser tarde demais”, pondera.
Ele explica o raciocínio. “A Emenda 95 [teto de gastos] travou a capacidade de investir. O Brasil ficou de joelhos diante da iniciativa privada. Por sua vez, o mercado falou: ‘Vamos investir, se fizer a reforma trabalhista. Fazer a mão de obra ficar mais barata’. O governo vai lá e faz a reforma trabalhista.”
Eduardo Moreira é palestrante, autor de 8 livros, entre eles o best-seller Encantadores de Vidas, ex-sócio do Banco Pactual e com grande influência no mercado financeiro há duas décadas. Hoje ele é um dos líderes do movimento contra a Reforma Administrativa, levantando essas questões também em seu canal no youtube.