Diferentes segmentos da sociedade falaram na Alesc, na última segunda-feira (18), contra privatizações e em defesa do serviço público
Representantes de sindicatos e de órgão públicos federais e estaduais participaram, na última segunda-feira, de uma audiência pública na Assembleia Legislativa contra projetos de privatização que vem sendo estudados pelos governos federal e estadual. Além de se contrapor ao movimento de privatização – que visa empresas como a Eletrosul – , a audiência também teve como foco a valorização dos serviços públicos.
Um manifesto público será enviado ao Congresso Nacional com base na audiência, liderada pelo Fórum Parlamentar pelo Fortalecimento das Empresas Públicas e pela Frente Mista em Defesa da Soberania Nacional. O coordenador do Fórum, deputado Fabiano da Luz (PT), avalia o governo federal está na contramão daquilo que está ocorrendo em governos fortes, como os EUA, que é um governo capitalista.
“Eles têm lá, que a energia, a água e o serviço público são considerados patrimônio nacional. Aqui, no Brasil, estamos vendo que defendem o contrário. É o governo querendo vender, entregar e enfraquecer aquilo que é nosso maior patrimônio, que é o serviço público.”
Ameaças à autonomia universitária
O diretor financeiro da Apufsc Sindical, Camilo Buss Araújo, falou sobre os ataques do governo às universidades federais e sobre a necessidade de união dos setores públicos para barrar a reforma administrativa. Cortes no orçamento das universidades, intervenções na escolha dos reitores e o projeto Future-se foram citados pelo diretor como ameaças à autonomia universitária.
Ele avalia que a audiência foi um evento importante por “reunir segmentos tão diversos – petroleiros, Casan, Celesc, Eletrosul e os sindicatos ligados à educação, como a Apufsc e o Sinte – em torno do objetivo comum de defender os serviços públicos”.
Segundo o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul, deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), o mundo inteiro está voltando atrás nas privatizações, reestatizando setores estratégicos como água, energia, petróleo e saneamento.
“A China e a Noruega não vendem setores estratégicos como o petróleo e nós (o Brasil) estamos vendendo. O setor de energia nos EUA, depois de 30 anos, voltou para o governo federal e vai para segurança nacional, onde é controlado pelo Exército e nós queremos privatizar a Eletrobrás e a Eletrosul. Então, em nome da soberania nacional, a não privatização é buscar que o serviço público seja de maior qualidade para o povo e ao mesmo tempo retornar em impostos”, defende Uczai.
Também participaram da audiência pública o diretor de formação do Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis e Região (Sinergia), Tiago Bitencourt Vergara, e o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina (Sintaema SC), Leonardo Lacerda.