Entidades constestam dados oficiais sobre salários dos servidores e apontam que há diferenças significativas de remuneração entre as carreiras
Entidades representativas do funcionalismo querem combater o discurso de que o servidor público é privilegiado. Analistas entrevistados pelo Correio Braziliense observam que esse conceito está presente há anos no imaginário dos brasileiros e que há um problema grave nessa avaliação.
Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), contesta, por exemplo, dados divulgados por instituições de pesquisa que sinalizam que 44% dos servidores ganhariam acima de R$ 10 mil e garante que essa não é a realidade no Executivo federal. Segundo ele, mais de 60% dos servidores em final de carreira não chegam a receber mais que R$ 9 mil.
Assim como o secretário do Condsef, os sindicatos também concordam que há claras divergências nos salários e também nos reajustes que vêm sendo concedidos ao longo do tempo, pois quem tem maior remuneração acaba tendo percentual maior de correção. Um professor universitário com doutorado e dedicação exclusiva ganhava R$ 6.639 em 2015. Com o aumento negociado naquele ano, passou a receber R$ 9.585, em 2019. Já um diplomata, com reajuste de 27,9%, saltou para R$ 19.199, no período. E um delegado da Polícia Federal, pulou de R$ 16.830 para R$ 23.692, depois de um aumento de R$ 40,8%.
Para representantes dos servidores públicos, há uma estratégia que vem sendo usada há muitos anos quando se quer culpar o servidor e apontá-lo como o principal responsável pelo rombo nas contas públicas.
“Não se investe, não se faz concurso, não se mostra o lado bom. A saída é sucatear. Como a sociedade não sabe o que acontece nos bastidores, fica fácil convencê-la de que o Estado é caro, pesado e corrupto”, afirma Sérgio Ronaldo, da Condsef.
Leia na íntegra: Correio Braziliense