Na coletiva de imprensa, Weintraub disse que a universidade não é lugar para produzir festa com gente bêbada nem para plantar maconha
O Ministério da Educação anunciou nesta sexta-feira (18) a liberação de R$ 1,1 bilhão para universidades e institutos federais. O valor virá de remanejamentos internos da pasta e, segundo o MEC, vai garantir a execução integral dos recursos discricionários das instituições.
Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a medida libera todo o orçamento das universidades e institutos federais bloqueado neste ano. A pasta da Educação, no entanto, ainda sofre um bloqueio de recursos, atualmente de R$ 2,9 bilhões, que atinge da educação básica à pós-graduação.
A liberação anunciada nesta sexta-feira, de R$ 1,1 bilhão, será divida assim: R$ 771 milhões para universidades e R$ 336 milhões para institutos federais. Os valores foram liberados agora, segundo o ministério, para que haja tempo de as universidades empenharem os recursos ainda neste ano e garantirem sua execução.
O contingenciamento de recursos é prática recorrente realizada pelo governo federal em todos anos, em diferentes gestões. Em 2019, no entanto, Weintraub iniciou uma crise ao afirmar em entrevista que algumas universidades teriam cortes porque praticavam o que ele chamou de balbúrdia. Após repercussão negativa, a pasta divulgou que o percentual de congelamento, de 30% dos recursos discricionários, seria aplicado de forma isonômica a todas as instituições.
Questionado, Weintraub disse que não se arrepende da fala, que provocou reação de reitores e manifestações por todo país. Ao fim da entrevista, ele ainda colocou um óculos de plásticos usado em vídeos de memes na internet para indicar que alguém lacrou.
O ministro repete em várias ocasiões críticas às universidades e já disse que a prioridade para expansão de vagas no ensino superior está no setor privado.
“Universidade não é lugar para produzir festa com gente bêbada, para produzir metanfetamina e plantar maconha”, completou ele, sem especificar a quais casos se referia.
O MEC teve no início do ano um congelamento de R$ 5,8 bilhões e depois desbloqueou, no fim de setembro, R$ 1,9 bilhão. A pasta ainda sofreu um corte de R$ 926 milhões, em um remanejamento orçamentário feito par atender negociações de emendas parlamentares no trâmite da reforma da Previdência. Em setembro, R$ 1,15 bilhão dos R$ 1,9 bilhão desbloqueados haviam sido direcionados para as federais.
O ministro insiste que o bloqueio de recursos não atrapalhou as atividades nas instituições. Mas houve reflexos em diversas instituições no país, como a UFSC que teve cerca 95 terceirizados demitidos e eventos importantes cancelados, como a SEPEX, a maior mostra científica do estado de Santa Catarina. A Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão ocorreria nesta semana, entre os dias 17 e 19 de outubro.
Leia na íntegra: Folha de S. Paulo