Anderson Correia enfrenta protestos pelos cortes de bolsasd+ até agora foram cortadas 7.590 bolsas de pesquisa, 8% do que havia no início deste ano
O presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correia, está à procura de um emprego fora do MEC do governo Jair Bolsonaro, destaca a Folha de São Paulo. Correia se inscreveu no processo seletivo para reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), cargo que ocupou antes de assumir a Capes. Ele é um dos 13 candidatos que se inscreveram no processo seletivo e um dos seis convocados para a segunda fase.
Em 5 de novembro, Correia e é esperado às 8 horas no auditório B do ITA, em São José dos Campos, para fazer sua apresentação. A entrevista está marcada para o mesmo dia, em local a definir.
O movimento ocorre em meio a uma campanha do governo para fundir o órgão com o CNPq e a cortes de recursos para bolsas de pós-graduação.
A Capes, hoje ligada ao MEC, e o CNPq, sob o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, são os dois órgãos que financiam a pesquisa e a ciência no Brasil com dinheiro público.
Ex-reitor do ITA, Correia chegou ao MEC no começo do ano, ainda na gestão do então ministro Ricardo Vélez Rodriguez. Seu nome ganhou força para substituir o de Vélez, com simpatia da ala militar do governo, mas ele acabou preterido por Abraham Weintraub.
Na Capes, a imagem de Correia foi abalada pelos cortes de bolsas, o que culminou em protestos de servidores contra sua gestão e a suposta passividade diante do esforço do ministério em capitanear a fusão com o CNPq.
Por causa de bloqueio de recursos do MEC, a Capes cortou até agora 7.590 bolsas de pesquisa, ou 8% do que havia no início deste ano.
Mesmo após a liberação parcial de recursos, o órgão ainda tem R$ 549 milhões de verba prevista para 2019 congelados. A Capes também perderá metade do orçamento no ano que vem: sairá dos R$ 4,25 bilhões autorizados para 2019 para R$ 2,20 bilhões em 2020.
O MEC diz ter garantido mais R$ 600 milhões para 2020, e a Capes tenta convencer deputados a construir uma emenda parlamentar que traga mais R$ 300 milhões.
Confira: Folha de São Paulo