Com a retomada de 679 bolsas nota 4 que estão nessa condição conforme análise feita pela Capes, 7.590 bolsas continuam congeladas
Se a liberação de 679 bolsas de pós-graduação da Capes anunciada ontem pelo MEC for efetivada, o total de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que continuam congeladas, que hoje é de 8.269, passará a ser de 7.590. As bolsas a serem retomadas, pelos critérios da Capes, são vinculadas apenas a programas de pós-graduação com nota 4, ou seja, o corte das bolsas de cursos nota 3 foi mantido.
“Identificamos programas nota 4 que tiveram evolução e são fortes candidatos para se tornar nota 5. Essas bolsas estão sendo abertas em função de tudo isso”, disse o presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correia. Ele acrescenta que as bolsas nota 4 a serem liberadas apresentam “tendência de melhora positiva na avaliação entre 2013 e 2018”. São 271 bolsas de mestrado, 304 de doutorado e 104 de pós-doutorado, especifica.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, enfatizou que o MEC vai seguir o critério do mérito no financiamento das bolsas: “Mesmo um estado pobre, se o curso foi muito ruim, não tem que ganhar bolsa. Isso é dinheiro do pagador de imposto que tem que voltar para a sociedade”, disse.
Desde março, o MEC cortou 11.811 benefícios, o equivalente a 12% do total de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Com a retomada das bolsas dos programas notas 5, 6 e 7, no mês passado, e agora de parte das bolsas nota 4, a Capes ainda mantem congeladas 8% das bolsas e o ministro afirmou que grande parte delas não será retomada, acusando programas de pós-graduação de terem “má qualidade” e os reitores de “falta de transparência” na concessão de bolsas.
Para o ano que vem o cenário é ainda pior, já que o orçamento da Capes para 2020 – R$ 2,20 bilhões – foi reduzido à metade em relação ao deste ano, já apertado.
O descongelamento de bolsas anunciado hoje é resultado do descontingenciamento de R$ de 1,9 bilhão para a educação, anunciado pelo MEC na última segunda-feira (30). Deste total, R$ 270 milhões foi direcionado para a Capes.
O MEC mantem congelados R$ 3,8 bilhões, sendo que deste total R$ 1 bilhão é dinheiro que deveria ir para as universidades e institutos federais, mas permanece bloqueado. A Andifes já divulgou que o desbloqueio parcial é insuficiente para que as universidades consigam terminar este ano letivo.
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