Verba liberada pelo governo é insuficiente, diz Pontes

Ministério da Economia anunciou liberação de R$ 80 milhões para Ciência e Tecnologiad+ ‘Bem menos do que eu imaginava’, diz ministro

 

O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, se queixou da verba liberada pelo governo para a pasta, informa o G1.  Na tarde da última sexta-feira (20), o Ministério da Economia anunciou o desbloqueio de R$ 8,3 bilhões para gastos dos ministérios neste ano. Para a Ciência e Tecnologia, o governo federal destinou R$ 80 milhões. Após ser informado, o ministro se mostrou decepcionado e afirmou que a liberação de verba é “bem menos do que ele esperava”.

 

Pontes ainda disse que agora pretende fazer uma “análise de corte” para ver quais pesquisas e planos da pasta precisarão ser cortados e revelou que vai conseguir tocar apenas 10% dos projetos previstos para o ano.

 

“Vou conversar com o governo, com a Economia, e ver o que eles acham menos importante para o país. É basicamente quando você tem uma corrida, um carro de Fórmula 1, você quer aumentar a velocidade do carro e corta o motor”, afirmou o ministro.

 

Antes de saber da liberação, Pontes havia informado que pediu à Casa Civil o desbloqueio de até R$ 1 bilhão até o fim deste ano. As declarações foram dadas em uma reunião de equipes de ciência, tecnologia e inovação do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países do chamado Brics, para debater acordos, investimentos na área e apresentar um plano de trabalho de cooperação científico-tecnológica, em Paulínia (SP).

 

Fundo da Petrobras

 

De acordo com Pontes, a liberação dos recursos do fundo da Petrobras – aproximadamente R$ 250 milhões para o ministério – deve servir como fôlego para não descontinuar alguns projetos importantes para a pesquisa do país, como o Sirius, maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil, que fica em Campinas (SP) e tem previsão de término para 2020.

 

“Espero que isso venha também, conforme foi feito acordo no congresso, como um crédito limite extra para o CNPQ, para que seja cumprido o acordo com o congresso, para que a gente possa superar isso. Lembrando que a gente pode ajudar em todas as áreas, desde que a gente tenha combustível”, disse Pontes.

 

Na quarta-feira (18), o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Pacheco dos Guaranys, disse que a verba do Fundo Petrobras liberada para aplicação em pesquisa dentro do Ministério da Ciência e Tecnologia não contempla diretamente as bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mas que o dinheiro vai dar “fôlego” para a gestão dos recursos.

 

No começo do mês, o CNPq precisava de R$ 330 milhões para o pagamento das bolsas até o final deste ano. Uma parcela de R$ 82 milhões foi obtida com remanejamento de verbas dentro do Ministério da Ciência e Tecnologia.

 

Confira:G1