Portaria do MEC com regras mais simples para criar cursos incentivou o mercadod+ das 20 instituições de ensino que concentram 80% dos alunos de EAD, 19 são privadas
Em 2018 foram ofertadas mais vagas de cursos a distância do que na modalidade presencial: 7,1 milhões de vagas EAD, ante 6,3 milhões nos cursos presenciais, mostra o Censo de Educação Superior, divulgado nesta quinta-feira (19). O crescimento de cursos a distância ganhou força exatamente graças a uma decisão do governo federal. Em 2017, o MEC publicou uma portaria tornando mais simples as regras para a criação de graduações nessa modalidade.
Anteriormente, a abertura de polos estava condicionada a uma vistoria feita por técnicos. Com a mudança, basta que alguns indicadores de qualidade sejam atendidos.
O número de ingressantes em cursos de graduação presencial no País em 2018, 2,07 milhões, foi o menor dos últimos sete anos. De cada dez calouros na graduação, quatro foram para o Ensino a Distância (EAD). Desde 2011, a modalidade EAD cresceu mais de três vezes – passando de 431,5 mil ingressantes, em 2011, para 1,37 milhão em 2018.
Preparado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o censo deixa clara a concentração do mercado de ensino a distância – apenas 244 instituições privadas ofertam essa modalidade de ensino. Mais de 80% dos estudantes de EAD estão matriculados em 20 instituições – 19 privadas.
Houve também um avanço na quantidade de cursos oferecidos. Em 2018, o Inep registrou 3.177 graduações na forma EAD. Eram 2.108 no ano anterior, o que representa um salto de 51%.
O estudo mostra ainda a expansão do mercado privado no ensino superior. No ano passado, a cada quatro alunos matriculados nos cursos de graduação, apenas 1 estava em uma instituição pública. No período 2017-2018, a rede pública cresceu 1,6%, enquanto a privada, 2,1%.
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