Diretor do Centro Socioeconômico diz que documento “não é uma ordem judicial”
O deputado estadual Bruno Souza (sem partido) encaminhou um documento para a direção do Centro Socioeconômico (CSE) da UFSC, pedindo que “seja aberto processo administrativo” contra as pessoas que barraram a entrada do centro com cadeiras na manhã da quarta-feira (11). Em entrevista à Imprensa Apufsc, o diretor do CSE, Irineu Manoel de Souza, disse que o ofício “não é um documento judicial”, e que as cadeiras já foram retiradas. “O CSE não está fechado”, diz.
No ofício, intitulado “notificação extrajudicial”, o deputado cita uma “ocupação irregular e obstrução do andamento de aulas”, e anexa fotos tiradas no momento em que as cadeiras barravam a entrada do Centro. Citando a lei do direito de greve, Souza solicita ao diretor do Centro que um processo administrativo seja aberto para apurar os responsáveis pelas barricadas, que o acesso seja desobstruído e, por fim, que faltas sejam aplicadas aos estudantes e professores em greve.
“A deflagração de uma greve estudantil não está prevista em lei”, escreve. “O que exige-se simultaneamente é apenas a aplicação da lei e normativa correspondente – falta acadêmica ao discente faltoso, e profissional ao docente.” O deputado também confunde a UFSC com a Udesc, dizendo que o direito de greve foi “duplamente violado na Universidade do Estado de Santa Catarina”, referindo-se à UFSC.
Segundo Irineu, o documento foi encaminhado ao gabinete da Reitoria, que por sua vez o encaminhou para a Procuradoria Federal junto à UFSC. “Não vamos responder por enquanto, vamos aguardar a análise da Advocacia-Geral da União”, diz.
Souza é formado em Ciências Contábeis na UFSC, curso que fica no CSE.
Victor Lacombe