UFRJ, UniRio, UFF e Fiocruz estão entre as instituições que alertam para prejuízos na educação, paralisação de pesquisas e extinção de programas de pós-graduação
Representantes das pró-reitorias de pesquisa e pós-graduação de universidades do Rio divulgaram na quinta-feira (5) uma carta em repúdio aos bloqueios orçamentários impostos pelo Governo Federal, informa o G1. O texto, assinado por dez universidades, institutos de pesquisa e também pela Fiocruz, afirma que o corte de mais de 50% das bolsas da CAPES, previsto para o ano que vem, vai inviabilizar a própria existência de diversos programas de pós-graduação.
“Estamos tentando mostrar para a população que nós sabemos os riscos que estamos correndo, mas vamos mostrar para população o que ela tem das vacinas que nos protegem das doenças, dos remédios que lhes curam das doenças, dos alimentos mais sustentáveis, projetos de estudos e reflexão sobre violência. Enfim, em todas as áreas do conhecimento, isso tudo vai ser impactado. Então, o prejuízo para a sociedade é incalculável”, comentou a pró-reitora da UniRio, Evelyn Arroio.
Na carta, os representantes das instituições afirmam que as medidas terão grande impacto nas agências federais de fomento, CAPES, CNPq e FINEP e no próprio futuro do país.
O documento também diz que “os sucessivos contingenciamentos sofridos por essas agências, implicando em cortes de bolsas e cancelamentos de editais de fomento, vem há algum tempo comprometendo o avanço da produção científica e tecnológica do país, assim como a formação de novos pesquisadores”.
Universidades Federais em crise
Na Universidade Federal Fluminense (UFF), os bloqueios chegam a 31% do orçamento de custeio da instituição. Isso representa R$ 52,7 milhões a menos no caixa.
Com os cortes implementados, a UFF prevê reduzir as equipes de segurança e limpeza, além de suspender os serviços de telefonia e transporte. A universidade ainda tem dívidas com empresas terceirizadas.
Na UFRJ, onde os cortes chegaram a 40%, a reitoria anunciou uma série de medidas que vão afetar o dia a dia dos alunos e professores. Ao todo, seis medidas de contenção serão executadas, entre elas a suspensão do contrato de serviços de manutenção externa. Além disso, os laboratórios da universidade estão com as pesquisas ameaçadas por causa da falta de verba. Os cortes foram necessários para manter o funcionamento da universidade, segundo a reitoria.
Já na Universidade Rural do Rio de Janeiro, o orçamento sofreu um bloqueio de 30%, o que representa R$ 22 milhões. Entre os cortes, está a metade da folha de terceirizados, além de serviços de correio, combustível e segurança.
Diana Koch, com informações do Portal G1