Weintraub pediu a Guedes um aumento de R$ 9,8 bilhões na proposta para atingir a soma de R$ 96 bilhões em recursos discricionários
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, enviou uma carta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que o valor previsto para o MEC em 2020, se aprovado, resultaria na paralisação de universidades. Weintraub pediu um aumento de R$ 9,8 bilhões na proposta para atingir a soma de R$ 96 bilhões em recursos discricionários, ou seja, de custeio e investimento. O Palácio do Planalto tem até hoje (30) para enviar a proposta do orçamento de 2020 para o Congresso Nacional.
No documento, o dirigente do MEC diz que a proposta atual “impossibilita a destinação de menos da metade do orçamento que as universidades e institutos possuem atualmente”. Também se mostra preocupado com “a recepção desfavorável na sociedade em geral e na imprensa” em caso de suspensão de bolsas de estudos. Weintraub também fala de temas caros ao governo Bolsonaro, como a ampliação de escolas militares.
Além do MEC, os ministérios da Justiça, Minas e Energia, Saúde, e Relações Exteriores alertaram o governo de que haverá paralisação de serviços e pediram uma revisão dos valores. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi o primeiro a se manifestar, dizendo que a proposta “inviabiliza” as atividades do ministério. O IGBE anunciou que não conseguirá realizar o censo de 2020 com esse orçamento.
As universidades vivem atualmente uma situação drástica de falta de verba. A UFSC pretende realizar diversos cortes, como abrir o Restaurante Universitário apenas para alunos de baixa renda, mas mesmo assim a instituição não tem seu funcionamento garantido até o final do ano.
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V.L./L.L.