Ministro ignorou resultado da eleição interna e colocou um professor da Unipampa na instituição do Rio
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, designou um de seus assessores no MEC para assumir o cargo de diretor-geral do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ). Em portaria publicada ontem, ele nomeou Maurício Aires Vieira, que era vice-reitor da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) antes de ir para o Ministério, para o posto máximo da instituição.
Nas redes sociais, professores do Cefet já tratam a postura do MEC como intervenção, uma vez que ignora o nome eleito pela comunidade universitária no início do ano. O professor Mauricio Motta, vice-diretor da instituição, aguardava sua nomeação para assumir o posto. Ele estava interino desde que o mandato do então diretor-geral terminou no início de julho, sem que o posicionamento do MEC sobre o resultado da eleição.
Em nota divulgada no fim da tarde de sexta-feira, os diretores do Cefet-RJ afirmam que “tendo em vista que o candidato eleito ficou por mais de um mês exercendo a função de vice-diretor em exercício da Direção-geral, foi uma surpresa a nomeação de um diretor-geral pro tempore”. E conclui: “diante do exposto, com essa notícia recebida de forma intempestiva, os diretores consideram essa nomeação como uma ruptura do processo democrático e da autonomia institucional, o que demonstra total falta de respeito à instituição Cefet/RJ.”
A nota esclarece que no dia 28 de junho, o ex-diretor-geral do Cefet/RJ e o candidato eleito para o cargo máximo da instituição, preocupados com o término do mandato, que expirava em 1º de julho de 2019, encontraram-se com o secretário de Educação Profissional e Tecnológica da SETEC, Ariosto Antunes Culau. Na ocasião, , diz a nota, ele deixou claro que a expiração do mandato seria um problema, referendando o então vice-diretor e candidato eleito, Mauricio Saldanha Motta, como vice-diretor em exercício da Direção-geral. “Nesse ínterim, tramitou pelo MEC, em sigilo, um processo de recurso contra as eleições internas a que o candidato eleito não pôde ter acesso.”
Os diretores esclarecem à comunidade que a eleição ocorreu de forma democrática, tramitando normalmente pela Procuradoria Jurídica do Cefet/RJ, pelo Conselho Diretor, pela Comissão Eleitoral e pela Consultoria Jurídica do próprio MEC (CONJUR).