Em defesa da educação pública, manifestantes voltam às ruas de Florianópolis

O Terceiro Grande Ato em Defesa da Educação reuniu cerca de 20 mil pessoas no centro de Florianópolis nesta terça-feira. O número é uma estimativa dos organizadores, mas também da Polícia Militar.

Os manifestantes se concentraram por volta das 16h em frente à Catedral Metropolitana e seguiram em passeata pelas ruas da região, passando pelo Terminal de Integração do Centro (Ticen). O ato terminou na Catedral, por volta das 19h. 

Professores da UFSC que aderiram à Greve Nacional também participaram do protesto, que teve um reforço importante de estudantes da universidade e do Instituto Federal de Santa Catarina, além de representantes de entidades sindicais e movimentos ligados à Educação. 

Nas faixas e nas palavras de ordem, os manifestantes pediam o fim dos cortes de recursos que já sufocam as instituições federais de ensino e se posicionavam contra o Future-se, programa do governo federal que, entre outros pontos, coloca em risco a autonomia universitária.

“Estou aqui porque acredito que educação deveria ser prioridade em qualquer país. Todos esses cortes e ataques são graves demais para serem ignorados. Estar aqui é uma forma de dizer que o governo precisa olhar para a educação com mais seriedade”, diz Tatiana de Andrade Maranhão, de 37 anos, professora do Departamento de Química da UFSC há cinco. “Educação é coisa séria, chega de cortes e piadinhas.” 

Carmen Muller, professora do curso de Ciências e Tecnologia de Alimentos da UFSC, parou suas atividades nesta terça-feira e fez questão de chegar cedo para a concentração em frente à Reitoria, onde docentes, servidores e estudantes da universidade se encontraram antes de seguir para o Centro. “Temos que nos mobilizar contra as políticas deste governo, que vêm contra tudo que a gente construiu nesses anos depois da ditadura brasileira”, afirmou . “A universidade pública é um patrimônio da sociedade brasileira. Representa um ponto de enfrentamento com as políticas deste governo que não quer uma democratização da educação superior.” 

Mesmo quem não está mais no dia a dia da sala de aula, mas milita em defesa da Educação, enfrentou o frio desta terça-feira para protestar. “A gente não pode admitir um governo que acaba com a moral da ciência. Estou aqui, antes de  tudo, porque sou cidadã brasileira e temos que lutar pelo que acreditamos”, diz Thyrza Pires, professora aposentada do IFSC. “O Instituto Federal passou de duas para 29 unidades em Santa Catarina. Agora, elas correm risco, o que representa uma perda para a Educação de todo o Estado.”  

Fotos: Eduardo Melo e Victor Lacombe