Em entrevista ao UOL, ministro defendeu o Future-se e criticou desempenho das universidades
Foi publicada hoje (23) no site do UOL uma longa entrevista com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, concedida na última sexta-feira, em seu gabinete, dois dias depois da apresentação do Future-se – primeiro programa do governo de Jair Bolsonaro para a educação superior. O projeto quer estimular a captação de recursos privados pelas instituições de ensino, inserir a figura jurídica das OSs (organizações sociais) para gestão das universidades e formar um fundo soberano para administrar o patrimônio imobiliário ligado às reitorias.
Segundo o ministro, o Future-se também vai liberar a contratação de professores universitários sem concurso, via CLT, por meio de OSs. Hoje, professores substitutos podem ser contratados por um processo de seleção simplificada, que é diferente do concurso. Administrado pela própria universidade, o processo exige qualificação, entrevista e prova de desempenho. A contratação pode ser feita por, no máximo, dois anos.
Em relação ao financiamento privado, Weintraub estima que a criação de um fundo soberano deve injetar ao menos R$ 15 bilhões ao ano no orçamento das universidades –o que representaria 30% a mais de recursos nos caixas.
A divisão desse possível rendimento, porém, não seria feita da mesma forma para todas as instituições. Weintraub diz que estabelecerá critérios de desempenho diferentes para que cada uma das 63 universidades federais tenha acesso ao dinheiro extra. Perguntado, ele citou alguns dos critérios, mas não especificou os pesos que seriam dados a cada um deles e nem como seria feito esse monitoramento.
Na conversa com o UOL, o ministro não poupou críticas ao modelo das universidades federais, que disse terem uma “taxa de insucesso” grande na formação de alunos.
O anúncio do Future-se foi feito em meio a um contingenciamento de 30% no orçamento discricionário (que envolve gastos como luz e água, mas não salários) das universidades. Segundo o MEC, o bloqueio pode ser revertido caso a reforma da Previdência seja aprovada.
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