Marcos Pontes elogia iniciativa de ex-ministros da Ciência

Ex-representantes da pasta lançaram manifesto contra as medidas do governo Bolsonaro

 

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, classificou como “excelente” a iniciativa de ex-ministros da pasta de escreverem um manifesto sobre o risco de desmonte na área devido aos contingenciamentos orçamentários feitos pelo governo de Jair Bolsonaro.

O manifesto de dez ex-ministros foi divulgado no último dia 1° ao final de um encontro realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No texto, eles se opõem às medidas do governo Jair Bolsonaro. Leia o manifesto na íntegra aqui. Pontes disse que considera positiva a ideia de ex-gestores se juntarem a ele na tentativa de recuperar o orçamento do MCTIC.

Pontes disse ainda que tem se reunido com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tentar liberar parte dos recursos para a pasta. Segundo ele, Bolsonaro sinalizou positivamente e manifestou que pretende desbloquear parte da verba – o ministro, no entanto, não detalhou o valor. 

Em entrevista após a cerimônia de entrega das medalhas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que aconteceu nesta segunda-feira, em Salvador, Pontes voltou a dizer que, caso não receba um crédito extra para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o dinheiro disponível para o pagamento de bolsas vai acabar em setembro.

“Eu recebi a carta e achei excelente a ideia de (os ex-ministros) se juntarem a mim nessa batalha de aumentar o orçamento da ciência, tecnologia e da educação no país. Mas é importante notar também que esse orçamento vem caindo desde 2013. A gente recebeu com um orçamento muito baixo, incoerente com relação à importância da ciência e tecnologia no país. Eles (os ex-ministros) tentaram reverter essa situação, não conseguiram, e agora quem sabe juntos consigamos reverter”, disse Pontes.

Segundo o ministro, sua meta é conseguir retomar o orçamento ao mesmo patamar de 2010. “Falei com o presidente Bolsonaro. Tenho falado bastante com ele e com Paulo Guedes sobre essa reversão necessária dessa cachoeira do orçamento, que vem em uma derivada constante negativa. Precisamos reverter para uma derivada positiva e voltar aos níveis de 2010, quando tínhamos níveis mais coerentes, acima de R$ 6 bilhões. O presidente sinalizou positivamente. Temos um compromisso do presidente de aumentar esses orçamentos, e agora estamos esperando. Eu gosto de ver no número.”

Bolsas do CNPq em risco

Novamente, o ministro alertou para o risco de faltar dinheiro para o pagamento de bolsas do CNPq. Pontes disse que conseguiu resguardar o pagamento dos benefícios, ao contrário do que aconteceu no Ministério da Educação (MEC), porque estabeleceu isso como prioridade, mas o orçamento pode terminar em breve, caso o MCTIC não receba mais recursos.

“Conseguimos preservar todas as bolsas, temos pouco mais de 80 mil. Quando teve o bloqueio, tivemos que fazer escolhas e ver qual a prioridade. Eu coloquei como prioridade manter o orçamento das unidades de pesquisa, nenhuma unidade de pesquisa teve bloqueio, e as bolsas do CNPq também não. Não quer dizer que o problema está resolvido. O pessoal fala que eu reclamo muito de orçamento.  Do orçamento que temos para o CNPq, embora tenhamos protegido as bolsas e apertado os cintos de todo mundo dentro do ministério, temos orçamento até setembro, depois de setembro é zero”, afirmou o ministro, destacando que “o tempo está passando”.

Leia mais: O Globo

 


C.G/N.O