Reativada Frente Parlamentar em defesa da ciência, tecnologia e inovação

Em meio aos cortes de orçamento, entidades celebram o  Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, 8 de julho, com debates

 

Nesta segunda-feira (8) é comemorado o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador. Como celebração, entidades e universidades realizaram eventos ao longo do final de semana para demonstrar a importância da área. Em Recife e Natal, encontros para debater sobre os rumos da ciência na era do contingenciamento acontecem hoje (9).

Já na última quarta-feira (3) também foi relançada a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, no Senado Federal. A iniciativa segue sob a coordenação do senador Izalci Lucas (PSDB/DF), que originou a Frente há 10 anos, quando exercia mandato de deputado federal.

O evento reuniu dezenas de representantes da comunidade científica nacional, da indústria tecnológica brasileira e do governo federal, reforçando a parceria entre os diversos segmentos em prol da ciência. “Não dá para caminharmos sozinhos. Temos que caminhar juntos e de forma suprapartidária em defesa da ciência. O nosso partido é a ciência brasileira”, afirmou Lucas em seu discurso de relançamento da Frente.

O ministro de Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, prestigiou o evento e frisou a importância da frente parlamentar como via de divulgação das conquistas científicas brasileiras junto ao Congresso Nacional. Para o ministro, além de dar conhecimento aos trabalhos realizados pelos cientistas nacionais, a recomposição do orçamento do setor e a adoção de políticas voltadas para a reposição dos recursos humanos na cadeia de pesquisa científica são os principais desafios a serem superados para que o sistema de CTEI continue avançando.

“Essas são as três coisas que pavimentam o caminho para o futuro”, reforçou Pontes. “A ciência é uma ferramenta de união. É isso que nós temos que fazer aqui: trabalhar juntos.” Marcos Pontes também frisou a necessidade de que a ciência volte a ser base para as políticas públicas. “As coisas têm que ser baseadas em pesquisas e em fatos reais.”

No último dia 1º, dez ex-ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação divulgaram um manifesto no qual se opõem às medidas do governo Jair Bolsonaro. O documento foi divulgado ao final de um encontro realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Leia o manifesto na íntegra aqui.

 

Corte de verbas

Em março, o Ministério da Economia anunciou um corte de 42% no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), equivalente a R$ 2,1 bilhões.

Os recursos para a ciência e tecnologia têm sido enxugados desde 2013. Naquele ano, a pasta tinha R$ 9,5 bilhões, contra R$ 2,9 bi neste ano após o corte da área econômica.

Pontes chegou a tentar reverter o atual bloqueio junto à área econômica do governo, mas ainda sem sucesso. “O problema é que o nosso orçamento já estava baixo, é corte acima de corte”, declarou o ministro em abril.

 

Leia mais: Jornal da Ciência, Folha de SP