Digamos aos meios de comunicação, aos economistas neoliberais, a todos: Basta de Mentiras!

Ladislau Dowbor, professor de economia (PUC-SP), consultor de várias agências da Organização das Nações Unidas escreveu um esclarecedor artigo na revista ComCiência (Revista eletrônica de Jornalismo científico – http://www.comciencia.br/) intitulado: A Grande Riqueza e a Grande Pobreza são igualmente patológicas para a sociedade”.

Neste trabalho, Dowbor demonstra, simplesmente, que nossos problemas não resultam de falta de recursos, mas da sua má distribuição. O Mundo produz anualmente 80 trilhões de dólares de bens e serviços, o qual dividido por 7,6 bilhões de pessoas daria 3500 dólares por mês para famílias de 4 pessoas. O Brasil com um PIB de 6,5 trilhões de reais e um população de 208 milhões asseguraria 11 mil reais por mês para famílias de 4 pessoas. Daria para todos viverem de uma forma digna e confortável.

Dowbor demonstra que a grande pobreza e a grande riqueza são igualmente patológicas para a sociedade, como se observa em diversos tipos de crimes, violência dos narcotraficantes, violência policial e violência ou pecado estrutural contra os pobres. E quanto ao Brasil, com seus 13 milhões de desempregados, não preocupa, para nada ao Ministro de Economia, que ate agora não tomou nenhuma medida para criar fontes de trabalho.

Segundo dados de 2012, em paraísos fiscais, temos entre 21 e 32 trilhões de dólares para um PIB mundial de 73 trilhões, que resultam essencialmente de evasão fiscal, lavagem de dinheiro, corrupção e atividades ilegais como tráfico armas e drogas. A pesquisa de Luxleaks revelou que as multinacionais não pagam quase impostos na Europa pelas suas filiais em Luxemburgo (Bonito Paraíso).

Também EEUU funciona como um paraíso fiscal. Recebe 1/5 dos serviços financeiros do mundo, por causa disto apoia este crimes, amparando a norma jurídica internacional que reconhece os sistemas jurídicos offshore. Segundo Jérôme Duval, do Comité para Abolição da Divida Legitima, em países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, desaparecem a cada ano, no mínimo, 250 mil milhões de euros de ingressos, 6 vezes o importe necessário para erradicar a fome ate 2025.

Segundo a ONU entre 85% a 90% desta riqueza pertence a menos de 10 milhões de pessoas, o que significa que o 0,014% da população mundial usa os paraísos fiscais, não para criar empregos, cooperar com os pobres, mas para aumentar seus privilégios.

E o que fazem Os judiciários? O que faz o famoso Departamento de Justiça de EEUU? Pelo visto, parece ser que foi a esse instrumento de domínio que os “heróis”, paus mandados, de Moro e Dallagnol consultavam para destruir as empresas brasileiras em benefício de seus senhores. A soberania do país, o bem-estar de todo o povo brasileiro, não tem importância para eles, enquanto recebam benesses.

A presença do departamento de justiça dos EUA em Curitiba é confirmado pela Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, em um oficio de 28/07/2018 onde explica: “foi requerida a presença de agentes públicos estadunidenses em território brasileiro durante a realização das diligencias” solicitadas pelos EUA como parte de “investigações sigilosas ocorridas  em seu território, relacionados à empresa Odebrecht e a atos de corrupção transnacional sujeitos à sua jurisdição”.

O que possibilitaram nossos “heróis”? Fundamentalmente por alto: i) a exploração do pré-sal, por empresas estrangeiras, sem a participação da Petrobras, ii) a compra de equipamentos dos EUA, em especial da Halliburton, para essa exploração, iii) a destruição de empresas nacionais (Odebrecht, OAS, Camargo Correia) na América Latina e África, abrindo espaços, para empresas dos EUA e da Europa.

A pergunta que fica é: Ao serviço de quem trabalhavam os “heróis” Brasileiros? Tal vez do Clube Bilderberg?

Se os nossos leitores não conhecem o Clube Bilderberg, um bom começo é o livro “Los amos del Mundo están al acecho Bilderberg y otros poderes ocultos” de Cristina M. Jiménez, escritora e jornalista sevilhana que se dedicou ao estudo de este clube durante 16 anos. O livro foi editado em 2005 e depois de um êxito inicial despareceu de todas as livrarias. Foi reeditado em 2017. Neste livro, Cristina cita uma frase de Orwell: “Em uma época de engano universal, falar a verdade constitui um ato revolucionário”

Desde 1954, durante três dias do mês de maio o junho a elite política, militar, financeira, económica, aristocrática e intelectual planetária se reúnem secretamente em um dos hotéis mais luxuosos do mundo com banqueiros, generais, espiões, chefes de governos, donos dos meios de comunicação universais, reis e príncipes, para discutir como usurpar o direito de discutir e decidir o que em democracia corresponde a cada um de nós. 

Como o fazem? Controlando os meios de comunicação. Assim, são membros do Bilderberg, os proprietários e acionistas dos seis grandes conglomerados mediáticos globais. Eles escolhem o que é noticia ou não. O que se publica e o que se oculta. Como interpretar os acontecimentos que irão ser publicados e quem serão os heróis e os vilões do filme. O criador do grupo foi David Rockefeller que orientou sua direção maçônica.

Um dos homens mais sinistros dos séculos XX e XXI, Henry Kissinger, considera que os Direitos Humanos são puro sentimentalismo que devem ser banidos para não interferir, nem debilitar as ações do Clube.

O combate à desigualdade é uma das principais necessidades econômicas. A melhor maneira de movimentar uma economia é garantir um maior poder de consumo da população. Todos os exemplos de êxito econômico nos mostram isso, desde o New Deal americano para sair da grande crise de 1929, até a reconstrução da Europa pós-guerra, foram fundamentados desta forma, organizando a economia para o bem-estar generalizado das famílias.

O notável avanço dos países nórdicos e Canadá se fundamentaram no consumo popular, foi também o caso da Coreia do Sul, do Japão e da China, enfrentar a desigualdade é a melhor forma de dinamizar a economia e garantir uma organização social mais fraterna.

Ao invés de falar que uma economia progressista vai levar o Brasil a ser uma Venezuela, o qual é totalmente falso, devemos dizer que uma economia neoliberal, adotada como religião, vai levar Brasil a ser como a Argentina de Macri, outro neoliberal-maçônico, que tem estagnado a economia, fechado empresas, levado a que 51% das crianças se encontrem na pobreza e 15% na miséria, e aumentado em milhões o numero de trabalhadores desempregados.

As políticas de austeridade como a do nosso neoliberal Ministro de Economia,  é uma ideia perigosa,  que pode levar o Brasil ao caos social. Se algum leitor duvida disto posso recomendar a leitura do livro de Mark Blyth,  “Austeridade, a historia de uma ideia perigosa”, editado pela Autonomia Literária em 2017, que escreve: “A austeridade é a penitência — a dor virtuosa após a festa imoral —, mas não vai ser uma dieta de dor que todos partilharemos. Poucos de nós são convidados para a festa, mas pedem-nos a todos que paguemos a conta”. Ela favorece aos mais ricos.

 

 Professor aposentado