O primeiro colocado da lista, Fábio Cesar da Fonseca, foi filiado ao PT e ao PSOLd+ na Unirio, o presidente nomeou o atual vice-reitor, que não se submeteu à consulta acadêmica
O presidente Jair Bolsonaro nomeou na terça-feira (18) o professor Luiz Fernando Resende dos Santos Anjo, segundo colocado na lista tríplice, como reitor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Com a nomeação, Bolsonaro rompe uma tradição que vinha desde o governo Lula de nomear os primeiros colocados na lista encaminhada pelas instituições de ensino. As nformações são do jornal O Globo.
Em decisão do colégio eleitoral da UFTM, em julho, Resende ficou em segundo lugar, atrás de Fábio Cesar da Fonseca, que além de vencer no colegiado por 31 votos (Anjo teve 24 votos), também foi o escolhido pela comunidade acadêmica em consulta feita previamente. Fonseca foi filiado ao PT dos anos 1990 até 2005 e ao PSOL de 2007 a julho de 2018, quando, após a eleição na universidade, se desfiliou.
Após a decisão de Bolsonaro, publicada nesta terça-feira, no Diário Oficial da União, o reitor eleito pela comunidade acadêmica divulgou nota na qual define o ato como uma “afronta à autonomia universitária, à democracia e à história das universidades federais brasileiras”.
“Trata-se de uma nomeação ilegítima, desrespeitosa e provocadora de instabilidades institucionais. Uma nomeação geradora e intensificadora de problemas na UFTM, pois nasce fragilizada, traz, em sua essência, a marca indelével da ilegitimidade e o caráter antidemocrático e antiético”, diz a nota divulgada por Fonseca.
Novo reitor da UniRio não participou de consulta acadêmica
Na mesma edição do Diário Oficial, Bolsonaro também confirmou Ricardo Silva Cardoso como reitor da Unirio. Cardoso era vice-reitor da instituição até então e não se submeteu à consulta à comunidade acadêmica, oferecendo sua candidatura diretamente no colégio eleitoral, onde foi eleito com 65 votos, gerando uma crise na universidade.
Na consulta à comunidade, o vencedor com 72% dos votos válidos foi o pedagogo Leonardo Villela de Castro, que ficou em segundo lugar na disputa do colégio eleitoral, com 52 votos. Na época, Castro lamentou a decisão do colegiado da instituição que desrespeitou o resultado das urnas.
Essa foi a primeira vez desde a redemocratização, em 1985, que um candidato foi escolhido pelo colégio eleitoral da Unirio sem passar pela consulta à comunidade acadêmica. No último pleito, quando concorreu como vice-reitor, Cardoso se submeteu à eleição mais ampla, na chapa do atual reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca. Este, ao declarar o voto em Cardoso no colégio eleitoral foi repreendido com gritos de “golpista”.
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C.G./L.L.