Lendo um artigo “Paulo Guedes nos levará ao fundo do poço” do sociólogo Ivo Lesbaupin, publicado por Iser Assessoria em 16/05/19, podemos obter algumas verdades fundamentais sobre o problema real da previdência.
Antes de mais nada, devemos destacar que o Brasil não é um país pobre, é um país injusto. O Brasil tem muitos recursos naturais e possui um Estado que recolhe uma quantidade enorme de impostos, sobretudo dos pobres e da classe media e transfere grande parte para os ricos.
Um exemplo: aproximadamente 400 bilhões de reais por ano vão para os mais ricos, como pagamento dos juros pela divida pública. Por quê? Porque temos uma taxa de juros entre as mais altas do mundo, estamos no 7° lugar. Se tivéssemos uma taxa de 0% como Polônia, USA, Japão, agora Grécia, essa fortuna não séria gasta com os ricos. Quem decide esta taxa de juros? O governo, atualmente o Ministro de Economia e o Presidente.
Um segundo exemplo é indicado pelo economista Fagnani quando escreve que o Brasil abre mão de aproximadamente 350 bilhões de reais por ano em isenções fiscais. Quem decide isto? Novamente o Governo, mais especificamente o Ministro Guedes!
E o terceiro e definitivo exemplo é a cumplicidade com os sonegadores Acredita-se que a divida é de aproximadamente 500 bilhões de reais, por ano! E a Receita Federal, que nada faz, não depende do povo, depende deste governo.
Com respeito à capitalização que deverá ser feita pelos trabalhadores na previdência privada do futuro, caso a atual proposta de reforma do governo seja aprovada, a pergunta decisiva é: se a previdência origina perdas porque os Bancos tem interesse nela?
Resulta claro porque este sociólogo e a “sociologia” desagradam a este governo que não deseja e não procura a verdade dos fatos reais. Somente acreditam em sua utopia neoliberal do crescimento infinito e do livre mercado Darwinista. Somente competição feroz, sem nenhuma ética, e nada de cooperação.
Sobre o conteúdo da reforma, um ex-banqueiro, Eduardo Moreira explica “Existe a constatação de que existem privilegiados com super aposentadorias e isso é sustentado pelos mais pobres. Então é simples, por que vamos mexer com a aposentadoria dos pobres? Não tem o menor sentido isso. Você não reduz desigualdade tirando do que tem mais e do que tem menos. Tira só do que tem mais. Ou você vai jogar a criança fora junto com a água do banho?”
No mês passado Eduardo Moreira, que foi proprietário de Bancos participou de uma Audiência Pública na Comissão especial da Câmara dos Deputados, junto ao economista da Unicamp Eduardo Fagnani. Os deputados da base do governo Bolsonaro chamaram o banqueiro de marxista e comunista. Moreira falou “Olha só com isso me faz uma figura super heterogênea. Um ex-banqueiro marxista.”
Evidentemente uma reforma da previdência é necessária pelo aumento da idade de vida, más não como a proposta pelo governo. Deveriam se eliminar os privilégios daqueles que ganham varias aposentadorias chegando a salários de 70, 90 e ate 100 mil reais. Dever-se-ia considerar especialmente os trabalhadores rurais, os idosos, os deficientes etc… procurando-se diminuir as desigualdades sociais para criar, como o verdadeiro Jesus desejava, uma sociedade fraterna, solidaria, de irmãos. Afinal, em que Jesus acredita nosso presidente?