Os parlamentares argumentam que o ministro Abraham Weintraub “induz ao erro” ao dizer que a bancada é responsável pela redução de verbas ao Museu Nacional
O coordenador da bancada do Rio na Câmara, Hugo Leal (PSD-RJ), vai cobrar uma retratação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, pela gravação do vídeo em que responsabiliza os deputados fluminenses pela redução do valor de emendas para obras de recuperação do Museu Nacional, destruído por um incêndio no final do ano passado. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
No vídeo, o ministro negou haver interferência do ministério na paralisação das obras de recuperação do Museu Nacional. “Haviam (sic) emendas parlamentares de R$ 55 milhões para recuperar o Museu. A bancada do Rio resolveu reduzir em R$ 12 milhões sobrando R$ 43 milhões para as obras. Nada a ver com o MEC”, afirmou.
Parte dos 46 deputados da bancada defende uma manifestação pública de Leal exigindo explicações do ministro. Eles acusam Weintraub de “distorcer a informação” ao responsabilizar a bancada pela redução nos valores. “O ministro precisa parar de palhaçada e de mentir para as pessoas e fazer seu trabalho”, afirmou o deputado Altineu Cortês (PL-RJ).
Os parlamentares argumentam que o ministro “induz ao erro” ao dizer que a bancada é responsável pela redução. “Não foi a bancada que reduziu os valores. Quem contingenciou foi o governo federal”, afirmou Hugo Legal. O coordenador disse ter recebido uma solicitação do governo para indicar onde poderiam ser enxugados 21% dos recursos das emendas.
Leal afirmou ter optado por um corte linear, a fim de não prejudicar nenhum projeto específico por inteiro. Assim, houve cortes lineares em seis projetos da bancada: três com o Ministério da Educação, um com a Saúde, outro com a Justiça e um último com a Infraestrutura. Do total de R$ 169,6 milhões em emendas, foram mantidos R$ 132,9 milhões.
O Ministério da Educação rebate as críticas dos deputados alegando que “o contingenciamento em emenda para Museu Nacional não foi aplicado pelo MEC”. O órgão diz que o bloqueio dos R$ 11,9 milhões em emenda destinada ao Museu Nacional “foi realizado pela bancada do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados”. “Tal procedimento não é da competência do Ministério da Educação.”
“Todas as emendas impositivas foram contingenciadas pelo governo federal, conforme legislação. Os parlamentares e suas bancadas escolhem em quais emendas de suas competências vão priorizar”, diz nota do MEC.
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