Órgão ligado ao Ministério da Educação foi alvo do bloqueio orçamentário, com o cancelamento de 3,4 mil bolsas
Os servidores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) decidiram em assembleia aderir ao movimento de paralisação do dia 15 de maio (quarta-feira) chamado “Greve Nacional da Educação”. Em nota, eles afirmam que vão paralisar as atividades para “demonstrar solidariedade às Instituições de Ensino e sair às ruas em defesa da Educação Pública”.
Ligada ao Ministério da Educação, a Capes não foi poupada dos cortes de verbas anunciados nos últimos dias. Segundo o órgão, foram bloqueadas 3.474 bolsas, das cerca de 200 mil que a Capes oferece no Brasil e no exterior.
Nesta semana, o em entrevista à BBC Brasil, o ex-presidente da Capes Abílio disse que os recentes bloqueios de bolsas de mestrado e doutorado significam forte prejuízo para a pós-graduação, com impacto em todo o sistema de pesquisa no país. Ele afirma os momentos de crise na instituição não são incomuns, porém estranhou o fato de que a Capes e o MEC aceitem o bloqueio sem nenhuma resistência. O atual presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correia, relativizou o bloqueio, afirmando que apenas bolsas ociosas foram bloqueadas, o que representaria 2% do total investido pela agência.
O critério da ociosidade é controverso, já que as bolsas estavam em período de transição e seriam disponibilizadas no sistema da Capes em maio. Baeta Neves explica que o fluxo de bolsas é constante à medida que mestrandos e doutorandos concluem os seus trabalhos, beneficiando os próximos estudantes na fila, e assim permitindo a continuidade de projetos de pesquisa em programas de pós no país.