Além do corte de 3,4 mil bolsas da Capes, o ministro da educação anunciou que a pós-graduação não deve ser prioridade no paísd+ com bolsas cortadas e sem reajuste há seis anos, pesquisadores buscam novos horizontes
Levando em conta apenas o orçamento para as bolsas de pós-graduação e formação de professores, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) perdeu 24,4% dos recursos nos últimos cinco anos. Em 2014, eram R$ 4,6 bilhões, na correção pela inflação acumulada até janeiro deste ano, e passaram a R$ 3,4 bilhões neste ano, antes do contingenciamento de 23%. No Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) o orçamento para bolsas caiu 40,6% no mesmo período, informa o jornal O Estado de São Paulo.
Ainda não foi feito um levantamento de quantos pesquisadores deixaram o Brasil nos últimos anos. Ainda assim, são indicativos da “fuga de cérebros” a queda de bolsas ofertadas nos últimos anos e a falta de reajuste há seis anos do valor das bolsas de mestrado e doutorado no Brasil, as quais giram em torno de R$ 1,5 mil a R$ 2,2 mil).
Depois de anunciar um bloqueio de 30% do orçamento discricionário das universidades federais, o Ministério da Educação (MEC) cortou 3,4 mil bolsas de estudo da Capes. Na última semana, em audiência no Senado, Weintraub apresentou dados para sugerir que o investimento na pós-graduação não deve ser prioridade para o País.
Como o Brasil já está próximo de alcançar a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de titular 60 mil mestres e 25 mil doutores ao ano, é preciso investir em outras áreas, como a educação básica, defendeu o ministro. “Tive muita vivência como executivo e minha experiência diz que quando você atinge uma meta, mas não consegue avançar nas outras, é preciso olhar para o que não está dando certo”. A matéria do Estadão mostra exemplos de pesquisadores brasileiros que, devido à falta de recursos e incentivos, desenvolvem pesquisas em outros países.
Confira: O Estado de São Paulo