Atos contra cortes nas universidades marcam a semana

UFPR e UFF foram às ruas na quarta-feira (8)d+ alunos e professores deram abraço simbólico na UnB na terça-feira (7)d+  UFBA protestou em Salvador na segunda-feira (6), dia em que o  presidente Jair Bolsonaro foi alvo de protesto de alunos do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro

 

Cerca de cinco mil pessoas foram para as ruas em Curitiba, na quarta-feira (8),  em protesto aos cortes nos orçamentos das instituições públicas de ensino superior . A UFPR informou que o bloqueio representa um contingenciamento de R$ 48 milhões no orçamento total da universidade.  A universidade anunciou que, para tentar minimizar os impactos nas atividades nos próximos meses, fará avaliações de possíveis ajustes em contratos vigentes, além de buscar apoio  da bancada paranaense em Brasília.

 

Também participaram da manifestação em Curitiba professores e alunos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que sofreu bloqueio de R$ 37 milhões,  além da Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila), sediada em Foz do Iguaçu, e do Instituto Federal do Paraná (IFPR).

 

Protesto da UFF em Niterói

 

O ato “Eu defendo a UFF” reuniu, em Niterói,  cerca de cinco mil pessoas que percorreram algumas vias do centro da cidade e seguiram para a estação das barcas. O trânsito na Avenida Visconde de Rio Branco chegou a ser interrompido. A universidade fluminense teve bloqueio de 30% no orçamento.

 

“O corte na UFF afeta a cidade como um todo. Atinge todos os estudantes que pretendem estudar em uma universidade pública, que faz muita pesquisa. A UFF tem diversos projetos de extensão e pós-graduação. A gente está aqui porque depende da universidade pública”, conta André Borba, aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura da UFF.

Abraço na Universidade de Brasília

Na UnB, onde a bloqueio atingiu 39% dos recursos, o que representa perda de R$ 48,5 milhões, professores, alunos, servidores e a comunidade em geral  deram-se as mãos para abraçar a universidade  na terça-feira (7).

Parlamentares, como o deputado federal  Marcelo Freixo, também participaram do ato. “Sou nascido e criado em periferia e sei o que a universidade representou para a minha vida enquanto possibilidade. A universidade tem que ser isso: um lugar de transformação da vida, de pensamento e reflexão para que a gente mude uma história opressiva e desigual”, disse Freixo.

Protesto em Salvador

Na UFBA, o bloqueio de R$ 37 milhões compromete o funcionamento da universidade, que busca medidas para reverter o corte, informou o reitor, João Carlos Salles. Estudantes, professores e integrante de movimentos sociais foram às ruas de Salvador, na última segunda-feira (6), em protesto contra o corte de recursos. O grupo se reuniu na Faculdade de Educação da UFBA e seguiu rumo à reitoria.

 

Além da UFBA, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb), a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) e a Universidade Federal do Sudoeste da Bahia (Ufsb) também tiveram cortes no orçamento que atingem cerca de  R$ 40 milhões.   

 

“Inimigo da educação pública”

Na segunda-feira (6), centenas de pais, alunos  e professores do  Colégio Pedro II, do  Instituto Federal do Rio de Janeiro, do Cefet-RJ, da Fundação Osório e do  Colégio de Aplicação da UFRJ participaram de um protesto contra os cortes das universidades e institutos federais. O ato foi realizado  justamente em frente ao Colégio Militar do Rio de Janeiro, na Tijuca,  onde o presidente Jair Bolsonaro participava de um evento para celebrar os 130 anos da instituição.

Quando saiu do Colégio Militar para entrar no carro que o aguardava, o presidente foi  xingado pelos manifestantes – entre eles a ex-aluna do colégio, Maria Eduarda Pontes Sá Ferreira, 24 anos, atualmente estudante de direito, que o chamou de “inimigo da educação pública”.

“Ele deveria ter vergonha de vir aqui porque aqui é um colégio que forma muita gente que vai para as melhores universidades, que são as universidades públicas”, criticou a estudante.

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